terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 07

"E observando atentamente a epístola de Judas, vemos que a preocupação dele continua atualíssima. Pois no momento atual da Igreja há tanto misticismo, novas revelações, sensacionalismo, mundanismo, materialismo e variadas distorções da Bíblia Sagrada, que essa epístola parece que foi escrita na década atual. Seguramente devemos seguir seus sábios conselhos: orar, orientar, amar e ter compaixão tanto de quem ensina o erro como de quem segue estes ensinos, mas é preciso ficar atento para não sermos influenciados por alguma doutrina que fira os alicerces básicos do verdadeiro evangelho".
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Por Agnaldo Gomes
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www.despertaigreja.com
Post "Em defesa da Palavra de Deus"

Máximas da Blogosfera - 06


"Atualmente muitos estão vivendo um Evangelho Aladim. Deus foi transformado em um mero empregado, em um gênio da Bíblia. Aquele que outrora era Mestre e Senhor foi empacotado pela Teologia da Prosperidade e é vendido nos templos como se fosse o gênio da estória de Aladim. Vendem um deus que mediante determinações e sacrifícios proféticos dos crentes, realiza todos os seus desejos. Porém, essa visão triunfalista e ufanista trazida pela confissão positiva é algo que se afasta da verdadeira pregação do Cristianismo. Jesus não se fez homem para nos ensinar a ser ricos, mas para nos trazer a mensagem do amor".
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Por Martins
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Post "O evangelho segundo Aladim"

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 05

"Então se pergunta: Para o que serve a igreja como ajuntamento humano? Bem, para mim ela é Fundamental, embora não seja Essencial. Cristo é Essencial. Sem Ele não há salvação! A Igreja é Fundamental. Sem ela não se cresce em maturidade e comunhão! Sem Jesus não há nada. Sem a Igreja não há muitas coisas boas. A Carta aos Hebreus diz que não devemos deixar de nos congregar com os irmãos. A saúde humana demanda convívio. Bem, dizendo isto não estou desencorajando você a deixar de ir a uma igreja. Ao contrário: penso que você precisa muito congregar. E também não estou dando nenhum pouquinho de força para você ficar onde está, ou seja: lugar nenhum. O pior é que quanto mais esse pensamento se instala, mais a pessoa se “sente” longe de Deus mesmo. Trata-se, portanto, de um afastamento psicológico de Deus, e baseado na culpa de não gostar da representante de Deus na terra: a “igreja”. Assim, quanto MENOS a pessoa gosta da “igreja”, MAIS julga que está longe de Deus. Ora, o caminho é justamente o inverso: eu tenho que ter uma relação muito forte e firme na Graça de Deus com Deus, a fim de suportar a “igreja”. Ou seja: eu tenho que ser Igreja a fim de poder conviver com a “igreja”. Do contrário, aconteceria comigo o que acontece com milhares: quando não agüentam mais a “igreja”, deixam a fé...".

Por Juber Donizete
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Post "Decepcionados com a igreja"

Máximas da Blogosfera - 04

"Indo direto ao ponto: está ocorrendo em nosso tempo uma verdadeira “síndrome do conhecimento”. É comum ouvirmos pregadores, possivelmente ao tentar defender a igualdade entre pessoas cultas, de um nível educacional mais elevado, com pessoas incultas e que não tiveram a oportunidade (ou o querer) de crescerem mais em seu nível de intelecto, usarem expressões do tipo: “Deus não quer saber de sua formatura”, “Deus não quer saber se você faz Direito”, “Deus não quer saber se você faz ou já fez teologia”, “Deus não quer o seu diploma e o seu anel de teologia”, “Deus não quer saber se você usa palavras bonitas, se você prega com eloqüência”, e por aí vai! E o mais interessante é quem mais usa dessas frases de efeito são pessoas que não tem um nível cultural/educacional/teológico apurado, na verdade não tem em quase nada".
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Por Anchieta Campos
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Post "A síndrome do conhecimento"

domingo, 28 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 03

"É lamentável que, muito do que ouvimos hoje em boas igrejas, não chega perto do que a Bíblia ensina a respeito de como devemos adorar a Deus. Há músicas que procuram honrar e exaltar o cantor com estilos românticos, contendo letras que tratam Deus como se fosse seu namorado!"
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Por James
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Post "Louvor e música evangélica"

sábado, 27 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 02

“Para os crentes do "reteté", só os seus cultos são verdadeiramente pentecostais e têm o mover de Deus. Mas esses cultos ultrapassam os limites da meninice e muitas vezes são pura expressão de carnalidade e falta de temor a Deus. Seus dirigentes são obreiros neófitos que não estimulam o povo a ler mais a Bíblia e ser mais equilibrados”.
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Por Tharsis Kedsonni
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http://www.kedsonni.blogspot.com/
Post “Adoração louca e reteté”

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 01

Como forma de homenagear meus amigos blogueiros, iniciarei uma série de máximas da blogosfera produzidas pelas mentes brilhantes de nossos prezados neste árduo e santo ministério de propagar Cristo por meio da web.
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Iniciamos esta série com nosso prestimoso Clóvis do CincoSolas:
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"A justiça consiste em retribuir a cada um segundo os seus méritos e a injustiça e negar a alguém aquilo a que tem direito. Lembrando que a corrida é para o céu e que ninguém tem direito a ir para lá, ninguém pode alegar que foi injustiçado. Ninguém pode reinvidicar direitos junto a Deus. Seria Deus então injusto a dar a alguém aquilo a que não tem direito? Claro que não. A misericórdia é um tipo de não justiça, mas não injustiça. Resumindo, como ninguém tem direito nem pode completar a corrida, não haveria injustiça se ninguém levasse o prêmio. Mas se Deus dá o prêmio a alguns que não poderiam adquirí-lo, é misericordioso, não injusto".
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Por Clóvis Gonçalves
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http://www.cincosolas.blogspot.com/
Post "Não depende de quem corre".

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Apostolado ou apostolice?

Já faz algum tempo eu andava curioso por conhecer melhor o chamado movimento apostólico. Não estou falando da Igreja Primitiva, não. Refiro-me aos apóstolos de nossos dias, esses que começaram a pipocar depois de 1980. Então, há pouco mais de um mês, reencontrei meu amigo Freddy Guerrero, que mora em Quito, no Equador. Tive a grata surpresa de saber que ele está investigando o assunto, como parte de seus estudos de pós-graduação. Eu, um leigo no assunto, diante de um "expert"... É claro que bombardeei-o de perguntas.
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Descobri várias coisas. Existem pelo menos três grandes redes apóstolicas. É isso mesmo. São três redes. Quer dizer, estão divididos. Desde logo, vê-se que os apóstolos do século XXI não são um exemplo de unidade em Cristo. Em todas as três redes há uma fortíssima ênfase na batalha espiritual. A maior das redes é de linha carismática. Outra é messiânica, e a terceira é judaizante. Aliás, fiquei de queixo caído ao saber que os apóstolos da linha judaizante negam que Jesus seja Deus.
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O movimento apostólico ensina que cada apóstolo possui autoridade espiritual sobre territórios específicos. Um é apóstolo de Buenos Aires, outro é da Cidade do México, e assim por diante. É claro que o Brasil também já está "loteado". Segundo cálculos feitos por Freddy, existem hoje no mundo todo uns 10 mil "apóstolos". Estes alegam possuir a mais alta autoridade espiritual em suas respectivas regiões. Todas as igrejas, de qualquer denominação, e mesmo aquelas sem filiação denominacional estão sob a autoridade deles. Bem, pelo menos é assim que pensam.
Aproveito para mencionar que Freddy chegou a ser convidado por um "apóstolo" argentino para se tornar "apóstolo" de Quito. Se tivesse aceito, o argentino teria imposto as mãos sobre Freddy e hoje eu seria amigo de um "apóstolo". Felizmente, Freddy teve o bom senso de rejeitar o convite. Fica um pouco a idéia de clube do Bolinha, com um apóstolo convidando alguém para se tornar um deles.
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Pessoalmente, creio que alguns desses "apóstolos" são sinceros em seu desejo de servir a Deus, embora estejam equivocados. Mas não posso dizer isso de todos. Sem citar nomes, Freddy me contou casos de "apóstolos" envolvidos em escândalos sexuais, disputas por poder, enriquecimento à custa das igrejas, etc. Um outro amigo me contou de um "apóstolo" aqui no Brasil que, na sua estratégia de batalha espiritual, resolveu delimitar as fronteiras de sua jurisdição. Como Jesus Cristo é apresentado na Bíblia como o leão de Judá (Apocalipse 5.5) e como os leões demarcam seu território com urina, esse "apóstolo" começou a sair pelas ruas de sua cidade e circunscrever sua área com... sua própria urina! Quanta ingenuidade!
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Uma leitura atenta do Novo Testamento nos leva a questionar não apenas certas práticas do movimento apostólico, mas o próprio movimento. Se não, vejamos:
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Biblicamente a palavra "apóstolo" tem a idéia de procurador ou representante de alguém. A ênfase do vocábulo não está na tarefa em si, mas em quem deu a tarefa ao apóstolo. Por esse motivo, em várias de suas cartas, Paulo se apresenta como "apóstolo de Cristo Jesus" (Galátas 1.1; Efésios 1.1; Colossenses 1.1; 1 Timóteo 1.1; 2 Timóteo 1.1), pois é Jesus quem o havia comissionado. E essa procuração era intransferível. Nem Paulo nem os demais apóstolos da Igreja Primitiva tinham o direito de chamar alguém para ser apóstolo junto com eles. A escolha de alguém para o apostolado era prerrogativa do próprio Jesus (Atos 1.2).
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Além disso, apóstolo era alguém que viu pessoalmente a Jesus ressuscitado (Atos 1.21-26). Aliás, ao defender seu apostolado, Paulo faz uma clara associação entre ser apóstolo e ter visto Jesus (1 Coríntios 9.1). Ele também afirma que Jesus ressuscitado apareceu a todos os apóstolos. No seu caso pessoal, Jesus apareceu-lhe "como a um que nasceu fora de tempo" (1 Coríntios 15.7), pois foi em circunstâncias excepcionais, após Jesus ter subido ao céu, que Paulo viu Jesus (Atos 9.3-6).
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Os apóstolos do Novo Testamento caracterizavam-se, entre outras coisas, por “sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2Co 12.12; ver tb At 5.12). Isso funcionava como confirmação de que o apóstolo recebera autoridade da parte do Senhor Jesus. Os acontecimentos não eram coisas do tipo cair no culto, mas verdadeiros milagres, como cura de aleijados de nascença (At 3.2-8; 14.8-10) e ressurreição de um jovem (At 20.9-12).
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Para concluir, o ministério apostólico neo-testamentário não era delimitado geograficamente. Paulo, por exemplo, foi apóstolo dos gentios (Galátas 2.8; Romanos 11.13). Não estava preocupado com territórios, mas com pessoas. Para ele não havia fronteiras. Seu interesse era levar não-judeus ao conhecimento de Jesus, não importa onde estivessem.
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Minha dificuldade em aceitar o movimento apostólico dos nossos dias reside em que os "apóstolos" modernos não viram Jesus ressucitado, não foram designados pessoalmente pelo próprio Jesus, não realizam prodígios e sinais como na época do Novo Testamento e, ao contrário dos apóstolos do século I, se preocupam com a distribuição territorial. Minha conclusão é que tais pessoas declaram-se apóstolos, mas na verdade nunca o foram (2 Coríntios 11.13; Apocalípse 2.2).
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Se, apesar das objeções acima, você ainda está pensando em seguir a profissão de apóstolo, é melhor se apressar. Infelizmente as áreas nobres já estão ocupadas. Mas ainda existem cidades menores sem dono. A propósito, parece que a Antártida ainda não tem apóstolo. Um continente inteiro à disposição! Alguém se candidata?
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Por Márcio Redondo

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Seria Deus o culpado?

“Se Deus existe, ele terá muito do que se explicar.” Esta foi a resposta que o ator Robert DeNiro deu à pergunta “Se o céu existe e você chegasse lá, o que você gostaria de ouvir de Deus?”, feita pelo apresentador que o estava entrevistando num programa da TV americana. DeNiro parece não conseguir lidar bem com a questão do sofrimento e para ele (sua afirmação o sugere), Deus é o culpado.

Antes de repreender o ator por seu ateísmo e descrença no amor de Deus, veja o que escreveu o consagrado pastor batista americano Rick Warren em seu livro Uma vida com propósitos, editado no Brasil pela Editora Vida:

"Deus determinou cada pequeno detalhe de nosso corpo. Ele deliberadamente escolheu sua raça, a cor de sua pele, seu cabelo e todas as outras características. Ele fez seu corpo sob medida, exatamente do jeito que queria".
(página 22)

Se isso é verdade, então Deus é o culpado por todo o mal congênito de que sofra qualquer ser humano. E não só pelos hereditários, mas pelos provocados por fatores impostos pelas circunstâncias, uma vez que o autor afirma: “O propósito de Deus levou em conta o erro humano e até mesmo o pecado” (página 23).


Na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Estado da Bahia, uma empresa foi acionada por ter contaminado a água da região com mercúrio, causando mortes e o nascimento de crianças com sérios problemas e anomalias, condenando-as a sofrimento atroz para o resto de suas vidas. E o que dizer às crianças que nascem soropositivos? Se o pastor americano está certo, isso foi vontade de Deus. Ele é o culpado.

"Uma vez que Deus o fez por um motivo, ele também decidiu o momento de seu nascimento e seu tempo de vida (...) escolhendo o momento exato de seu nascimento e de sua morte".
(página 22)

Se isso é assim, não fazem sentido versículos como: “Mas tu, ó Deus, farás descer à cova da destruição aqueles assassinos e traidores, os quais não viverão a metade dos seus dias” (Sl 55.23); ou: “O temor do Senhor prolonga a vida, mas a vida do ímpio será abreviada” (Pv 10.27); ou ainda: “Não seja demasiadamente ímpio e não seja tolo; por que morrer antes do tempo?” (Ec 7.17); ou mais: “Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno nem no sábado” (Mt 24.20). Ou situações como a descrita em Atos 27, em que Paulo profetiza um desastre para a viagem, com prejuízo para a vida dos embarcados (versículo 10), não sendo, porém, ouvido; contudo, após 14 dias de oração, recebe de Deus a confirmação de que não somente seria salvo, como, por graça, recebera a vida de todos os que com ele navegavam (versículo 24).

"Ele planejou os dias de sua vida antecipadamente".
(página 22)

A quem este tipo de informação inclui? Porventura, inclui as crianças que estão sob toda sorte de abuso? Ou as mulheres que sofrem toda espécie de aviltamento? Ou os seres humanos que estão sob todo tipo de tortura? Ou os que estão entre os despossuídos, carecendo de um mínimo de dignidade? Então, Deus é o culpado?

"Deus também programou onde você nasceria e onde viveria para o propósito dele".

É isso que devemos dizer aos que vivem em submoradias, aos que não conseguem ir ao trabalho, qualquer que seja ele, por que moram em regiões onde, por causa da guerra, onde eram apenas vítimas, há minas explosivas espalhadas por toda parte? Também, há os que são obrigados a ver seus filhos expostos a esgoto aberto. Tudo isso, então, é para o propósito de Deus?

Há coisas que são fáceis de dizer quando o público é composto das classes média e rica. Estes, porém, constituem a minoria no mundo. Minoria dominante; porém, o menor grupo da humanidade. A maioria da humanidade padece de pobreza, enfermidade e ignorância. Se tudo isso é a vontade de Deus, o ator de Hollywood está certo. Se Rick Warren, nessa questão, está certo, Robert DeNiro está também.

Nosso irmão, ainda que bem intencionado e de ter em seu texto ótimos conselhos, parece não ter levado em conta a questão de que a queda humana alterou a lógica da Criação, com conseqüências cósmicas e microcósmicas, daí todas as mazelas em todas as dimensões. É verdade que a relação entre a soberania divina e a responsabilidade humana é uma grande incógnita para todos; porém, não é com simplismos, tais como “Deus não sabe o futuro” ou “Deus tudo determinou”, que vamos chegar à solução dessa equação. Precisamos da coragem para afirmar que Deus é soberano e o ser humano é responsável, ainda que não o compreendamos por completo.

Quanto ao cumprimento dos propósitos divinos, temos a afirmação de que, em relação a seus filhos, “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28). Quanto às demais questões, “Deus estabeleceu tempos e datas pela sua própria autoridade.” (At 1.7).
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Ariovaldo Ramos

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Máximas Teológicas - 12


"O cristianismo sempre insistiu que a cruz que levamos precede a coroa que usamos. Para ser cristão é preciso tomar a sua cruz, com todas as suas dificuldades e seu conteúdo cheio de tensão e agonia, carregando-a até que essa mesmo cruz deixe sua marca em nós e nos redima para aquele caminho mais excelente que vem apenas por meio do sofrimento".


Martin Luther King Jr.

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Evangelho da Graça x O evangelho da simonia


Passava das 23h30 quando entrei naquele táxi forrado de adesivos com mensagens bíblicas. Após orientar a respeito do meu destino, perguntei: “Onde o irmão congrega?” Feitos os esclarecimentos iniciais, logo percebi que estava sendo evangelizado pelo motorista, entusiasmado com sua doutrina. Sua declaração de fé era muito simples e aliás, muito bem articulada em três frases curtas: “Deus abençoa quem se sacrifica; Deus honra quem persevera; e Deus abomina quem retrocede”.

Fiquei impressionado, e logo me aventurei a perguntar como aquilo funcionava no dia-a-dia. As respostas estavam sempre na ponta da língua: “Quando você quer receber uma graça de Deus tem de dar alguma coisa em troca”. Imaginei que isso explica a primeira parte, “Deus abençoa quem se sacrifica”. Fui esclarecido de que o tamanho da bênção depende do tamanho do sacrifício. Onde aparece “sacrifício”, leia-se “oferta financeira na corrente de fé”, que dura quarenta noites – o mesmo tempo que Jesus passou no deserto.
“Agora, se o senhor não receber a graça durante o tempo da corrente, não deve desanimar.” Esta é a aplicação da segunda parte, "Deus honra quem persevera", pensei. “Mas, olha, você não pode faltar nenhuma noite, nem desistir no meio da corrente, senão tem que começar tudo de novo.” Isso completa a declaração de fé: "Deus abomina quem retrocede".

Antes de descer do táxi, convicto de que o Espírito de Deus é o único capaz de guiar a toda verdade (Jo 16.13), resumi o Evangelho da graça de Deus em duas notícias, uma boa e outra ruim. Contei primeiro a pior das notícias: o pecado do homem faz separação entre Deus e os homens, e ninguém pode fazer nada para conquistar o favor de Deus. Em seguida, apresentei a boa notícia, a melhor delas: o sacrifício de Jesus da cruz é suficiente para que Deus nos abençoe com todas as bênçãos espirituais, pois se Deus não poupou nem mesmo seu Filho, como não nos dará também com ele todas as coisas? (Rm 8.31,32).

Fiquei olhando o táxi sumir na escuridão da noite, imaginando o que a Palavra Viva faria dentro do coração e da mente daquele homem durante a madrugada. Naquela noite me lembrei da história de Simão, um mágico muito respeitado que vivia na cidade de Samaria na época em que Filipe passou por lá pregando o Evangelho do Reino de Deus. Simão ficou impressionado, abraçou a fé e “foi batizado, e seguia Filipe por toda parte, observando maravilhado os grandes sinais e milagres que eram realizados” (At 8.9-13).

Simão podia facilmente ser confundido com um cristão: creu, foi batizado, foi discipulado e conviveu no ambiente das manifestações poderosas de Deus. Aliás, para quem olha de relance, Simão é cristão. Mas a história não termina aí. Lucas, o evangelista, conta que, quando Pedro e João chegaram a Samaria para verificar se o Evangelho pregado por Filipe era o mesmo que os apóstolos pregavam em Jerusalém,impuseram as mãos sobre os convertidos e todos receberam o Espírito Santo (At 8.14-17).

Simão, que já estava impressionado com Filipe, foi ao delírio com a demonstração de poder pelas mãos de Pedro e João. Imediatamente ofereceu dinheiro para que Pedro e João lhe dessem daquele poder extraordinário. Naquela hora, o apóstolo Pedro foi enfático: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus”. Simão não entendera o fundamental: as bênçãos divinas são concedidas em razão da graça de Deus, e jamais pela conquista humana, pois não há nada que o homem possa fazer para merecer o favor de Deus.

A Bíblia conta a história de outros homens que também creram em Jesus, mas nem por isso se tornaram cristãos. Quando Jesus estava “em Jerusalém, na festa da Páscoa, muitos viram os sinais miraculosos que ele estava realizando e creram em seu nome. Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos” (Jo 2.23,24). Em outras palavras, crer no poder e na autoridade do nome de Jesus não faz de ninguém cristão.

Receio que este mesmo fenômeno esteja acontecendo hoje na cristandade. As pessoas estão descobrindo que Jesus é maior do que os exus, tranca-ruas e outros bichos e saem por aí declarando, com toda razão, que Jesus Cristo é o Senhor. Mas acontece que querem se relacionar com Jesus como se relacionavam com os demônios ou santos de devoção, isto é, pela via das promessas, penitências, sacrifícios e ofertas. Acreditam que Deus abençoa quem se sacrifica, honra quem persevera e abomina quem retrocede. Julgam que podem comprar o dom de Deus e caminham para a perdição, a exemplo do pseudocristão chamado Simão.

Seja sobre nós o Espírito de toda a verdade, e faça triunfar no Brasil o Evangelho da graça de Deus.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Crentes de Beréia ou crentes-diarréia?


A tarefa da Teologia, ao contrário do que muitos pensam, sempre foi de sistematizar e facilitar as doutrinas cristãs para que a comunidade cristã viva uma vida em santidade de acordo com o ensino das Escrituras. Traçar paralelos entre a Teologia e situações de nosso dia a dia é uma boa maneira de aprender. No presente texto vamos fazer uma reflexão teológica sobre dois tipos de cristãos: os crentes de Beréia e os crentes-diarréia.

Existem basicamente dois tipos de diarréia: a simples e a perigosa. Para deixar o texto com ar mais científico podemos definir também como diarréia benigna e diarréia maligna. A diarréia simples ou benigna é a que presenciamos eventualmente em nosso cotidiano. Ela ocorre, em muitos casos, devido à ingestão de alimentos que não foram tratados com devida higiene ou com ingredientes estragados. A diarréia simples possui alguns nomes populares como, por exemplo, “piriri-gangorra” e é, freqüentemente, motivo de boas risadas entre um ciclo de amigos. Afinal, ver um amigo sair mais cedo do trabalho ou da escola para passar o dia inteiro “diante do trono” é muito cômico.

Já a diarréia perigosa ou maligna não é motivo de piada. Ela é evidenciada principalmente nos locais mais pobres do mundo, como a áfrica. Ela ocorre devido ao escasso acesso à água potável. A diarréia maligna é fatal por duas razões: a criança é privada de água pura, que é essencial para a manutenção do corpo humano e, além disso, ingere água contaminada, levando para dentro de seu estomago, vermes, bactérias, etc. A diarréia maligna dizima, anualmente, 1,8 milhões de crianças africanas.

O que seria um crente-diarréia? Bem, é um crente que sofre de uma diarréia espiritual. Da mesma forma que ocorre com a diarréia comum, a diarréia espiritual possui dois tipos: diarréia espiritual "benigna" e diarréia espiritual maligna. Podemos evidenciar os dois tipos de diarréia espirituais entre os crentes. A diarréia espiritual "benigna" é a que faz os cristãos serem motivos de chacota perante o mundo. Entre os sintomas dessa diarréia podemos apontar, por exemplo, os chavões do povo evangélico brasileiro. As pessoas gritam “Aleluias” sem saber que “Aleluia” não pode ter plural, aliás, na maioria dos casos, nem sabem o significado daquilo que estão gritando! Também podemos apontar os atos proféticos ridículos como fazer xixi profético para demarcar território do Espírito Santo; brincar de leãozinho a quatro patas durante eventos supostamente evangelísticos; colocar nos punhos cordinhas para amarrar demônio, entre outros. Essas atitudes de circo fazem o povo evangélico ser motivo de piadas. Porém, ao contrário de uma pessoa comum com diarréia (que ouve chacota sem gostar), os evangélicos parecem gostar de fazer papel de besta. Quanto mais criticados, mas alto cantam "não importam o que vão pensar de mim...". A diarréia espiritual "benigna" também é causada pela ingestão de alimentos espirituais de má procedência, mas não totalmente estragados, pois ninguém ingere o que sabe ser ruim. Aquelas coxinhas fritas espirituais dos botecos de esquina, apesar de ter aparência boa, são cheias de colesterol espiritual e, cedo ou tarde, vão te jogar no chão. Esses alimentos vêm disfarçados de Evangelho, mas contêm princípios seculares, anti-bíblicos e carregados de padrões mundanos. Para não passar nada em branco em nossa comparação, podemos apelidar esse estado como “espiriritual-gangorra”. Da mesma forma que ocorre com a diarréia espiritual "benigna", a diarréia espiritual maligna também surge devido à má alimentação, porém, essa diarréia é fatal. Quando o crente deixa de se alimentar da Água Viva, Jesus Cristo, o corpo não resiste e morre. A Água Espiritual é essencial para que a vida espiritual exista, sem ela morremos. Ouvimos com freqüência notícias de que grandes templos europeus têm fechado as portas, esse é um sintoma da diarréia espiritual maligna. A alma que não bebe da Fonte da Vida, morre. Como vimos nos dois casos, à diarréia é causada pela ingestão de maus alimentos. Como procedemos em caso de diarréia? Primeiro, devemos correr ao vaso sanitário espiritual e eliminar os resíduos dos alimentos contaminados, limpar com papel higiênico espiritual e dar descarga (será que foi daí que veio o culto do descarrego?). Depois de sarados, devemos tomar cuidado para não voltarmos a ser crentes-diarréia. Para isso, devemos agir como os crentes de Beréia. Quem são eles? Veja o que a Bíblia diz:

“Ora, os cristãos de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11).

Os cristãos de Beréia não eram como os de Tessalônica. Eles examinavam tudo. Não engoliam qualquer coxinha espiritual. Como os crentes de Beréia, devemos ser mais criteriosos quanto ao que vamos ingerir espiritualmente. A saúde de nossa alma depende disso. E, o mais importante, devemos nos saciar da Água Viva, para que nossa alma não entre em desidratação espiritual.
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Eliel Vieira

A Ressurreição de Cristo


Fui convidado para tomar o café da manhã com Konrad Adenauer antes de ele se afastar do cargo de Chanceler da Alemanha. Quando cheguei, espe­rava encontrar um homem forte e normal, capaz de ficar embaraçado se eu lhe falasse de religião. Após os cumprimentos, o Chanceler virou-se para mim, repentinamente, e perguntou: "Sr. Graham, qual é a coisa mais importante do mundo"? Antes que eu respondesse, ele tinha pronta a sua resposta: "A res­surreição de Jesus Cristo. Se Jesus Cristo está vivo, então resta uma esperan­ça para o mundo. Se Jesus Cristo está no túmulo, não vislumbro esperança alguma no horizonte". E voltou a me surpreender ao dizer que tinha a ressur­reição de Cristo como um dos fatos mais seguros da história. Disse ele ainda: "Quando deixar o cargo, pretendo passar o resto de minha vida reunindo pro­vas científicas da ressurreição de Jesus Cristo".
Foi o fato da ressurreição de Cristo que levou os discípulos a trabalha­rem como revolucionários apaixonados e pioneiros na transformação do mundo do seu tempo. Eles pregavam que Cristo estava vivo. Esta deve ser a nossa mensagem, não só na Páscoa, ou no Natal, mas em todos os dias do ano.
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Billy Graham

sábado, 6 de dezembro de 2008

Um ídolo chamado mercado


O mercado tem sido cada vez mais citado como força propulsora de sociedades inteiras e de todo tipo de relação, das interpessoais às internacionais. Utilizando-se de uma série de mecanismos para estabelecer parâmetros, fomentar condutas e definir regras, o mercado tem sido elevado a uma espécie de altar neste século 21. Por suas regras, a capacidade empreendedora transforma matéria prima em produto, a fim de se atender às demandas e aos interesses dos clientes. É assim que surge o lucro, objetivo primordial do mercado; na outra ponta, o mesmo produto proporciona certo grau de satisfação a quem o consome. Entidade distante da compreensão das pessoas comuns, e ao mesmo tempo tão próxima a ponto de interferir na vida do indivíduo, o mercado transcendeu a esfera puramente econômica para intrometer-se na política, no esporte, na ecologia e até na religiosidade.A indústria do futebol, por exemplo, conseguiu atender as demandas de entretenimento e paixão dos torcedores, transformando um tipo de “matéria-prima” em produto passível de comercialização. Empreendedores conseguiram transformar o futebol num dos mais rentáveis negócios de mercado. A capacidade de crianças e adolescentes de controlar e conduzir com os pés uma bola de futebol – habilidade tão comum entre os brasileiros – é o que alimenta essa indústria. Assim, a partir de garotos, são fabricados atletas nas indústrias especializadas do futebol, os clubes ou centros de treinamentos, que passam a vender atletas e serviços de entretenimento para seus clientes. Outro exemplo marcante é o da chamada indústria de turismo, que nos últimos tempos tem sido uma das principais fontes de renda de diversos países. Há uma demanda de clientes interessados em novas experiências pessoais e no lazer. Pode-se considerar como “matérias-primas” deste mercado as belezas naturais de um determinado destino, assim como a arte, a cultura, o folclore ou a culinária de um povo ou região. Enfim, empreendedores de diversos segmentos conseguem atender às demandas de seu público-alvo, transformando até mesmo o talento ou a habilidade humana em produtos a serem comercializados. E o mercado religioso? Este também tem crescido, e alimentado uma florescente indústria da fé. De um lado, temos a religião institucional utilizando-se dos elementos do mercado para justificar a funcionalidade pragmática de seus métodos; de outro, temos os devotos desse ídolo fundamentando esperanças no acúmulo de suas dádivas, os bens materiais. Desse modo, surge uma nova forma de ser e fazer religião, que de fato caracteriza-se muito mais como um negócio de mercado. Há uma demanda subjetiva, a tentativa humana de encontrar na transcendência uma resposta para as questões da vida, um jeito de se encontrar um caminho mais fácil e rápido para solução de problemas e realização de expectativas. O ser humano é, por natureza, religioso. Ele desfruta de um campo subjetivo, que o impulsiona ao exercício da fé e à busca de um espaço coletivo onde possa relacionar-se com a divindade. A matéria-prima capaz de atender a essa demanda é a oração, a reza e os cânticos, assim como a confissão, as experiências místicas e as manifestações espetaculares, como o milagre. Empreendedores conseguem atender os desejos de seus clientes oferecendo-lhes os produtos da indústria dos negócios da religião. Da mesma forma como as indústrias fabricam o produto final que será comercializado, instituições religiosas são as fabricantes de respostas para consumo da alma. No mercado, tanto umas como as outras têm a mesma natureza e usam a mesma lógica. Pela lei da oferta e da procura, que rege o mercado desde os primórdios da civilização, é a sociedade que determina a viabilidade dos empreendimentos. Nos dias de hoje, com o surgimento de novos mercados, cabe a ela, também, o papel de acompanhamento e fiscalização dos negócios que realizam. Os empreendedores da atividade religiosa e seus atravessadores usam como mediação o nome de Jesus, e muitos acreditam que estão seguindo de fato a Cristo. Não percebem que, na raiz dessa neocristandade, não se está buscando ao Senhor nem os compromissos decorrentes do seu Reino, mas apenas objetivando interesses exclusivamente materialistas. Os mercadores da espiritualidade fazem do nome Jesus um mero amuleto. Dentro de tamanha relação mercantilista, não há diferença se o mediador é o Filho de Deus ou um ídolo qualquer – até porque, neste caso, a grande divindade é o capital, a conta bancária, enfim, o vil metal. Todavia, transações de caráter comercial não cabem no Evangelho. Para os servos de Deus, é necessário averiguar na experiência de Jesus Cristo e da primeira geração de discípulos uma outra maquete, fundamentada na graça, no amor e serviço aos pobres e marginalizados; enfim, uma opção de serviço e sacrifício pelo bem comum. Nesse novo jeito de se fazer religião, muitos cristãos, inclusive os de boa vontade, não percebem que fazem parte de uma nova ordem espiritual regida pelo ídolo do mercado. Uma divindade cujas faces modernas nada mais são do que maneiras novas de se fazer coisas antigas. Só não percebe quem ficou cego pelo deus deste século.
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Por Carlos Queiroz
www.cristianismohoje.com.br

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Máximas Teológicas - 11


"O cristianismo não é uma série de verdades no plural, mas é a Verdade escrita com V maiúsculo. É a Verdade sobre a realidade total, não apenas sobre assuntos religiosos".

"O cristianismo bíblico é a Verdade concernente à realidade total; é a propriedade intelectual dessa Verdade total, e então vive segundo essa Verdade".

Francis Schaeffer



sábado, 29 de novembro de 2008

Barack Hussein Obama

Por alguma razão fantástica, mas inusitada, mares de lágrimas descem teimosas de milhares de faces de norte-americanos, dos olhos da América. Algumas mais copiosas e consternantes, geradas em pranto incontinente como as que despencan dos piedosos olhos do Rev. Jessé Jakson. É uma grande cena que a maravilha da comunicação moderna deita aos olhos do mundo como um ato de pugilismo desconcertante. Na Igreja Batista de Ebenezer (certamente em centenas de outras!), de afroamericanos, os devotos dão fim à uma vigília de oração pela América, e agora grita de júbilo: "Obama is our President!"
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As 5h da manhã (fuso horário de Angola) a contagem de votos acabava de confrmar a eleição de Barack Obama como o 44o presidente dos Estados da América, o presidente da nação militar e economicamente mais poderosa do mundo; presidente da nação das mais imensas contradições históricas, na qual a história da escravidão dos negros revelou-se mais gritante, mais cruciante e mais humilhante para a raça do continete negro. América faz história elegendo um presidente não apenas jovem e negro, mas diretamente um africano-americano. Barack Obama não é afro-descendente como os demais afro-americanos. Ele não descendente dos escravos africanos da velha América, mas um legítimo africano, gerado de um africano cujo corpo praticamente ainda se encontra quente numa tumba das terras do Quênia. Ele não é um imigrante como Arnold Schwarznegger, que pelo caminho da glamurosa Hollywood chegou ao posto número 1 da política californiana. Obama é também legítimo americano, nascido em seu solo, mas de sangue negro de um negro africano de nascimento, passaporte e carteira de identidade da República do Quênia. Fazendo justiça à lógica da derivação genética e geracional da raça humana, que de resto nós humanos cultivamos com repetição tradicional e clássica, o mundo está hoje diante de um fenômeno histórico maior ainda: a América do Norte elegeu para si, consciente ou inconscientemente, um presidente africano. A maior potência do mundo, no interior da qual puritanos e fundamentalistas de boa fé, em nome da justiça divina e da piedade, se uniram entre 1861 e 1865 para matar e expulsar da nação os que defenderam a abolição da escravidão nas terras do tabaco, hoje se rende à grandiosidade, à decência e à beleza da humanidade, para dar-se um presidente africano. Para mim é o fim, mas também o início da história. Senhores, não importa qual desempenho e desfecho aguarda pela Casa Branca, que de branca terá apenas o nome e não a cor do seu inquilino número um nos próximos 4 anos; depois da presidência desse africano-americano, a Amércia, a África e o mundo terá concedido à história a dignidade da reconciliação das raças e dos continentes. O que hoje ficou evidente, num tempo em que a escravidão de pessoas ainda prevalece em muitos quadrantes do mapa global, a África pode dar às nações mais do que escravos, mais do que razões para debater políticas e conflitos raciais.
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As 6 horas da manhã em ponto desta quarta-feira, 5 de novembro, subiu à tribuna o presidente africano para tecer um silogismo que nada tem de filosófico: diante de vós está hoje a realização do sonho da verdadeira América, que deixou de ser uma coleção de ideologias, de raças e de origens, para se tornar os Estados Unidos da América! Em gratidão, entre todos aos quais deveu a sua eleição, e entre a sua família, não esqueceu os seus irmãos de sangue. Literalmente, estes são africanos, asiático e nenhum americano legítimo de pai e mãe.
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Originário de um país africano (Quênia) em que diariamente centenas de crianças ainda morrem de fome e desnutrição consequente, e cerca de 40% dos seus jovens está fora das salas de aula, Obama tem certamente pela frente o desafio de entregar os sonhos que vendeu. Assim como fez seu compatriota Raila Ondinga, por sinal da mesma tribo que ele, Obama terá que ser hábil para evitar a divisão momentânea e histórica da América. Mas certamente não se pode mais negar que ele realizou um importante projeto político e social das novas gerações americanas, que ele assume no prefácio de 2004 da sua autobiografia política "A origem dos meus sonhos": atenuar, de alguma maneira, as fissuras entre as raças que caracterizaram a experiência norte-americana, bem como o estado fluido de indentidades, isto é, a transposição de obstáculos postos pelo choque das culturas, que marca a vida moderna.
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John McCain, cerca de meia hora antes, fez o melhor discurso da noite, mais patriótico e mais cioso e convincente: pede a Amércia a descer para os dificeis rincões da razão para dignificar a história diante de si com a eleição do primeiro afroamericano. Sim, também para McCain, Obama é um africano-americano. Apela a unidade nas diferenças, e apoiar Obama a unir o país nas diferenças e devolver a Amercia os tempos de glória, da segurança e da prosperidade. É um grande comunicador também, e discursa grandiosamente bem sem as perorações enlatadas e os exórdios escritos que nossos políticos africanos nos habituaram no continente negro (embora não só). Enfim, ele partiu e chegou decidido a fazer coisas que ele afirma que irão funcionar na Casa Branca: diminuir distâncias, fazer conexões, forjar alianças.
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Obama também nada leu, e fez história na arte da comunicação. Com o refrão "yes we can" (sim, podemos), ele seguiu e repetiu a conhecida rapsódia do sermão mais famoso do mundo,"I have a dream" (tenho um sonho), de Martin Luther King. Tom no tom, ênfase totalmente colada, fez o novo presidente negro da América repetir, ao fim de cada verso que evocava a realização do sonho da velha América de King e da América da nova geração, "Yes we can". Confesso, camaradas, neste momento histórico e sublime minhas lágrimas literais uniram-se com as de milhões de Americanos, e mais uma vez aos do incontinente Jesse Jakson, feito criança inconsolável. Foi bom ter vivido e "presenciar" esta cena e este momento, graças ao milagre da Televisão. Repouse em paz Martin Luther King, pois seu sonho, o sonho da América unida, hoje começou a materializar-se de modo tão grandioso como o sonhaste.
Deus abençoe a América. Assim como reza o seu nome (barack, abençoado em árabe), Deus abençoe Obama. Deus abençoe a África. Deus abençoe o mundo.
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Por Dr. Zakeu Zengo (Professor da UERJ)

A (im) paciência de Jó

Há um livro na Bíblia quase atemporal. Narra a experiência de Jó, rico patriarca que teria vivido no tempo de Abraão mas cuja história é provável que tenha sido reduzida a esta forma poética centenas de anos mais tarde, na era de ouro literária de Israel. Independente disso, o livro levanta questões tão prementes e universais que sua mensagem acaba sendo útil para todas as épocas.
No período entre o Antigo e o Novo Testamento, o livro de Jó se torna um dos preferidos dos judeus. A história de Jó gira em torno de uma questão que tem assombrado os judeus desde os primeiros dias, quando foram escolhidos como povo da aliança de Deus. De alguma forma eles esperavam melhor tratamento. Jó tem a coragem de dar voz à pergunta “Deus é injusto?” e ninguém a fez com maior eloqüência e profundidade.
O livro parece ter sido escrito para explorar os limites exteriores da justiça. Jó, o homem mais reto, mais excelente de toda a terra, tem de passar pela pior das calamidades. Sofre castigos insuportáveis – mas por quê? O que ele fez de errado?
O livro se assemelha a um romance policial cujos leitores sabem muito mais que os personagens centrais. O primeiríssimo capítulo responde a principal inquietação de Jó: ele não fez nada para merecer tamanho sofrimento. Nós, leitores, sabemos disso, mas ninguém conta nada pra Jó e seus amigos. Como o prólogo revela, Jó está envolvido em um teste cósmico, um jogo proposto no céu mas encenado na terra.
Nos tempos de Malaquias, as pessoas haviam perguntado “O que ganhamos seguindo a Deus?” e essa pergunta é o cerne da provocação de Jó. Satanás afirma que as pessoas amam a Deus só pelas suas boas dádivas. De acordo com ele, ninguém jamais seguiria a Deus não fosse devido a algum ganho egoísta. Claro que Jó não tem culpa de nada e é um homem correto; mas é também rico e saudável. Retire essas coisas boas de sua vida, Satanás desafia, e a fé desse homem desaparecerá com suas riquezas e saúde.
A reputação de Deus está em jogo neste livro, dependendo da reação incerta de um homem desolado, miserável. Jó continuará a confiar no Senhor, no mesmo momento em que seu mundo desmorona a sua volta? Acreditará em um Deus de justiça mesmo quando as circunstâncias parecem ser injustas?
Descubra as respostas destas indagações lendo os 42 capítulos deste edificante livro.

sábado, 22 de novembro de 2008

Sofrimento e liberdade


Na teologia, a grande discussão, o principal nó a ser desatado, tem a ver com a relação entre Deus, felicidade, e liberdade.
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E os questionamentos da teodicéia (definida como conjunto de doutrinas que procuram justificar a bondade divina, contra os argumentos da existência do mal no mundo) principiam qualquer debate. Por que sofremos? Por que Deus, sendo simultaneamente bom e onipotente, permite tanta maldade? Não poderia o Todo-Poderoso ter criado um mundo isento de dor?
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Para piorar a angústia humana, o sofrimento não só existe, como é percebido. Quando animais irracionais sofrem, a dor não é antecipada, não é analisada e não lhes causa ansiedade. Homens e mulheres, porém, padecem para além da dor física.
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Ademais, a dor humana é fonte inesgotável de questionamento, tanto pela sua concretude (dói mesmo) como pela sua subjetividade (existem dores que não sabemos explicar, como a saudade).
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Todos sofrem e se angustiam ao mesmo tempo – corpo e mente padecem. Portanto, não bastam as aspirinas, as morfinas, os ansiolíticos.
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Também não adianta questionar se é possível um mundo sem dor. O sofrimento é universal, esmurra nossa cara todos os dias. Mesmo quando o dente não dói e o rim não provoca urros, existe a percepção de que agora mesmo, em algum lugar, alguém está chorando.
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Os gregos enxergavam o sofrimento como uma tragédia, na qual os seres humanos eram reduzidos a um fantoche. A história seguia por trilhos que eles chamavam de destino e ninguém conseguia se libertar dessa cadeia inexorável. O fatalismo grego provocava passividade (estoicismo), negação (cinismo), permissividade (hedonismo) ou um salto transcendental (platonismo). O mal, contudo, permanecia absoluto, já que nada, e ninguém, poderiam anulá-lo. Nesse sentido, as forças que governavam o mundo permaneciam essencialmente cegas.
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Então, o nó górdio da filosofia, e posteriormente, da teologia, se expressava nos paradoxos: “Se existe um Deus onipotente, ele não pode eliminar o mal e o sofrimento? Se existe um Deus bom por que ele não deseja acabar com a dor? Se pode e não faz, não é bondoso. Se quer e não faz, não é onipontente. Se ele não for onipotente, não é Deus. Se não for bondoso, não merece ser servido”.
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Reconheço minha limitação. Não tenho a pretensão de dar uma resposta definitiva que desalinhe o novelo que intrigou Heráclito, Sócrates, Agostinho, Tomás de Aquino, João Calvino, Soren Kierkegaard e tantos outros. Meu conhecimento é bem intuitivo e minha contribuição, mínima. Mas como bom cearense, vou ser atrevido.
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Para começar a arranhar a superfície do assunto, falemos de liberdade. Tanto divina como humana. Até que ponto existe liberdade no universo? No raciocínio grego, Deus era preso a si mesmo. Compreendido a partir de conceitos absolutos (convém lembrar que no universo semítico não se falava em absolutos), o deus grego era impassivo, já que nada poderia ser tão forte que o afetasse; era inerte, porque o perfeito jamais poderia mudar.
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Os gregos restringiam, portanto, a liberdade a uma mera inserção harmônica do indivíduo na polis e da polis no cosmos divino. As bitolas do destino, ou do cosmos, é que conduziam cada indivíduo, cada sociedade e toda a história.
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O ser humano não tinha como reverter, adiar ou antecipar o que estivesse determinado pelas engrenagens do fatalismo. Sua liberdade era bem pequena. Ele podia até fazer micro-ações que lhe dariam um pouco de satisfação, mas jamais concretizar macro-ações, aquelas capazes de alterar o que “já estava escrito e determinado”.
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A revelação judaico-cristã nunca concordou com essa compreensão grega do “motor imóvel” (Deus como um motor que põe tudo em movimento, mas ele mesmo, por nada é movido). Nem aceitava que o futuro não pudesse ser alterado por estar determinado à priori.
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Se os gregos não acreditavam na possibilidade de alterar o curso da história, os profetas judeus, e mais tarde os evangelistas cristãos, convocavam o povo a mudar o futuro.
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Aceito o argumento de Jose Comblin de que a compreensão da liberdade não evolui porque se manteve restrista ao conceito grego. A propalada democracia ateniense “somente valia para uma minoria de privilegiados”; a rigor, só havia aristocracia na Grécia. Poucos, muito poucos, conheciam a liberdade.
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Portanto, proponho que o debate sobre o sofrimento humano considere a liberdade dentro do campo de compreensão judaica. Deus é livre e os seres humanos, criados à sua imagem, também possuem liberdade de arbítrio.
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Deus é onipotente; Deus usou de sua soberania para criar pessoas dotadas de arbítrio. Para mim, essas duas afirmações não comportam discussão.
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Mas como podem co-existir duas liberdades, sendo uma delas infinitamente mais poderosa do que a outra? Como os seres humanos poderiam ser livres de verdade se Deus não lhes desse espaço? Feuerbach afirmava que a onipotência divina esmaga a dignidade humana e que se Deus for tudo, não somos nada. Muitos, depois dele, trabalharam dentro da mesma lógica: para Marx, Deus promove alienação; para Nietzsche, empobrecimento; para Freud, infantilização.
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O esvaziamento de Deus em Cristo, acaba com o paradoxo da onipotência versus liberdade humana. Cito Andrés Torres Queiruga:
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“Talvez não exista mal-entendido mais terrível e mais urgente a ser erradicado do que aquele que Feuerbach pôs – ou melhor, detectou – na raiz do ateísmo moderno: o Deus que em Cristo, “sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com sua pobreza (2Co 8,9), é rechaçado como o vampiro que vive à custa do empobrecimento do homem: “Para enriquecer a Deus, deve-se empobrecer o homem; para Deus seja tudo, o homem deve ser nada".
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Portanto, a liberdade humana só é possível porque Deus concede espaço. Eis a maior de todas as manifestações da Graça. Deus se esvaziou, entrou na hístória "manso e humilde de coração", voluntariou-se a viver todas as contingências às quais estamos submetidos, sofreu e morreu como qualquer um.
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“O ser humano participa da divindade no sentido de que é feito livre como Deus é livre. Para que a pessoa seja livre, Deus renuncia seu poder. Entrega o poder ao ser humano – juntamente com toda a criação – para que ele construa a sua vida com toda liberdade. Deus se retira para não se impor. A sua presença no mundo manifesta-se na vida e na morte de Jesus. Deus fez-se um crucificado para que o ser humano fosse inteiramente livre. Esta liberdade pode ser para o bem e para o mal. Não há liberdade se não houver possibilidade de escolha” (Comblin).
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Segundo Jürgen Moltmann, a fé cristã “liberta para a liberdade”. A reação moderna e atéia, segundo Moltmann, foi na direção oposta:
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“No mundo moderno, pelo contrário, os homens entendem liberdade como o fato do sujeito dispor livremente de sua própria vida e de sua propriedade e liberdade coletiva como o fato de corporações políticas, povos ou estados disporem soberanamente sobre seus próprios interesses. Aqui a liberdade é entendida como o ‘direito de autodeterminação’ do indivíduos ou dos povos. Liberdade aqui é domínio sobre si mesmo”.
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Mas a fé cristã segue outra lógica. Deus soberanamente decide valorizar as pessoas como cooperadoras com ele na construção da história.
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“Mas para a fé cristã a verdadeira liberdade não consiste nem na compreensão de uma necessidade cósmica ou histórica, nem no dispor com autonomia sobre si próprio e sobre sua propriedade, mas sim no ser tocado pela energia da vida divina e no ter parte nela. Na confiança no Deus do Êxodo e da Ressurreição o crente experimenta esta força de Deus que liberta e desperta, e dela se torna participante" (Moltmann).
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O mal, portanto, inerente à liberdade que Deus soberanamente decidiu conceder aos humanos, existe simultâneo ao bem. No espaço dessa contingência, o bem e o mal não são apenas possíveis como podem ser potencializados e anulados pelo arbítrio dos filhos de Deus.
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A trama das Escrituras consiste em mostrar que essa liberdade foi usada perniciosamente, mas que Deus nunca desistiu da sua criação. Ele revela seu pesar pelo mal; fielmente fornece princípios e verdades que podem tornar a vida bonita; chama seus filhos para que se arrependam das suas más escolhas e os convoca a serem artesãos de uma nova história.
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Soli Deo Gloria.
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Bibliografia:
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Queiruga, Andrés Torres - "Do Terror de Isaac ao Abbá de Jesus" - Paulinas.
Moltmann, Jürgen - "O Espírito da Vida" - Editora Vozes.
Comblin, Jose - "A Vida - Em Busca da Liberdade" Editora Paulus.
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Por Ricardo Gondim
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dizem por aí

Dizem por aí, que Deus é tão soberano, a ponto de excluir a liberdade humana para fazer o que propôs em Seu coração. Visto que não existiria amor sem liberdade, não me vejo a acreditar nestes pressupostos conceitos de “soberania”.

Dizem por aí, que incondicionalmente, Deus escolhe seus eleitos para vida eterna. Visto que as condições impostas por Deus em toda Bíblia dão sempre opções de dois caminhos ao homem (obedecer ou desobedecer), não me vejo a acreditar neste suposto conceito de “incondicionalidade”.

Dizem por aí, que Deus é responsável por tudo que acontece de bom e de ruim. Visto que esse conceito irrevogável da responsabilidade de Deus o coloca culpado de tudo, não me vejo a acreditar neste fatalismo “muçulmano”.

Dizem por aí, que todos aqueles que disserem “sim” a um apelo de aceitar a Cristo como seu Salvador, terá sua morada garantida no céu. Visto que nem todos que dizem “sim” ao apelo passam realmente por uma metanóia, me vejo a não acreditar nestas supostas conversões em massa que temos visto em tempos modernos.

Dizem por aí, que Jesus Cristo foi apenas um grande homem iluminado. Visto que a transformação de minha vida se deu única e exclusivamente pelo poder de sua ressurreição, me vejo a acreditar que Jesus Cristo foi tanto um homem iluminado, como o Deus único e verdadeiro.

Dizem por aí, que "quem tem promessa não morre". Visto que o escritor aos hebreus salienta que “todos estes (os heróis da fé do AT), tendo sido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa”, me vejo a não acreditar nestes clichês dos pregadores atuais.

Dizem por aí, que "quem não faz barulho está com defeito de fabricação". Visto que não consigo enxergar o apóstolo Paulo, ou até mesmo Jesus, gritando, sapateando ou marchando no poder, me vejo a acreditar que muitos pentecostais foram fabricados por pseudolíderes que apresentam distúrbios em suas exegeses bíblicas.

Dizem por aí, que dinheiro, fama e sucesso, são sinais da benção de Deus. Visto que Jesus foi pobre e não tinha onde reclinar a cabeça, me vejo a não acreditar nas supostas profecias destes profetas da famigerada teologia da prosperidade.

Dizem por aí, que se o Espírito Santo fosse retirado da igreja, 90% das atividades eclesiásticas iriam continuar a acontecer normalmente como se nada tivesse ocorrido. Visto que isso é algo estarrecedor, sou obrigado dar crédito a este dado, orando em todo tempo, para que tenhamos sensibilidade de perceber isso em nossas vidas.

Tantas coisas dizem por aí, mas prefiro ficar com o Evangelho genuíno apresentado nas páginas das Escrituras.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Máximas Teológicas - 10

"O universo está completo. A grande obra-prima, ainda incompleta, ainda no processo de ser criada, é a História. Para completar seu grande projeto, Deus precisa do homem".
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Abraham Joshua Heschel

terça-feira, 11 de novembro de 2008

JESUS, o retrato de Deus


Por que Jesus empresta um caráter único ao cristianismo, em meio a todas as outras religiões? O que o distingue dos grandes líderes religiosos da história mundial?
João dá a resposta no primeiro capítulo de seu evangelho. Ele chama Jesus de “a Palavra” e declara que ele tanto estava com Deus como era Deus. Em seguida explica que Jesus, a Palavra, “tornou-se carne e viveu entre nós (...) cheio de graça e de verdade”. Andando pela terra com o corpo de carne e osso de homem, Jesus incorporava a plenitude de Deus. Com sua palavras e ações, em forma humana, ele revelou Deus como Deus nunca se revelara até então. Não só Jesus exibia a verdade encontrada só em Deus como demonstrava a graça que define esse Deus e o distingue de toda outra suposta divindade em qualquer tempo ou lugar.
Philip Yancey conta em seu livro, Maravilhosa Graça, uma história sobre o autor e intelectual C. S. Lewis:

"Durante uma conferência britânica a respeito de religiões comparadas, técnicos de todo o mundo debatiam qual a fé cristã, se é que existia essa crença. Eles começaram eliminando as possibilidades. Encarnação? Outras religiões tinham diferentes versões de deuses aparecendo em forma humana. Ressurreição? Novamente, outras religiões tinham histórias de retorno dos mortos. O debate prosseguiu durante algum tempo até que C. S. Lewis entrou no recinto. “A respeito do que é a confusão?”, ele perguntou, e ouviu a resposta dos seus colegas de que estava discutindo sobre a contribuição única do cristianismo entre as religiões do mundo. Lewis respondeu: “Oh, isso é fácil. É a graça”.
Depois de alguma discussão, os conferencistas tiveram de concordar. A noção do amor de Deus vindo a nós livre de retribuição, sem cordas amarradas, parece ir contra cada instinto da humanidade. O caminho de oito passos do budismo, a doutrina hindu do Karma, a aliança judaica, o código da lei muçulmana – cada um deles oferece um caminho para alcançar a aprovação. Apenas o cristianismo se atreve a dizer que o amor de Deus é
incondicional".

Antes que Jesus viesse, Deus demonstrou graça repetidas vezes ao povo israelita, perdoando-o por desobedecer e lhe voltar as costas. Até para os gentios ele estendeu sua graça – pessoas como Raabe, Rute e os persas do tempo de Éster que se converteram ao Deus verdadeiro. O padrão para salvação, contudo, não mudou. O apego à lei ainda era necessário para que as pessoas fossem consideradas aptas para eternidade na presença de um Deus santo.
No começo do Antigo Testamento, porém, Deus já planejava criar um caminho para o povo alcançá-lo que não fosse por intermédio da lei. Naquele período, ninguém guardou a lei com perfeição exigida pelo Senhor, de forma que, no fim, só a fé as qualificava para o céu. A salvação era possível graças ao sacrifício de Cristo ainda por acontecer. Jesus foi o jeito que Deus encontrou para salvar a dívida pelo pecado de uma vez por todas. Sua morte na cruz é o melhor retrato da graça de Deus e de seu amor por nós.
O Senhor tem todos os motivos do mundo para se afastar por causa de nossos fracassos em amá-lo como deveríamos. Em vez disso, por intermédio de Jesus, ele caminha em nossa direção. Jesus é o retrato de que dispomos de um Deus santo e amoroso, que aproxima de si os que nele crêem.

sábado, 8 de novembro de 2008

O Cristão e o Código de Barras


O Código de Barras, que muitos cristãos consideram o sinal da besta, por enquanto é apenas um extraordinário sistema de catalogação. Ao passar no caixa do supermercado, por exemplo, a máquina leitora identifica o produto, dá baixa no estoque, registra o preço e facilita a vida de todos, a começar daqueles que estão na fila.
No entanto, como toda máquina, a leitora de Códigos de Barras, a tal pistola, tem inteligência limitada na sua programação. Se alguém substituir o selo do Código de Barras de uma caixa de cereais pelo selo de um produto mais barato, como farinha, a máquina faz a leitura como se o produto fosse, de fato, um saco de farinha. A máquina leitora não faz a comparação entre o selo do Código de Barras e o produto. E, nesse caso, uma caixa de cereais sai do supermercado disfarçada de saco de farinha.
Se entendo bem o Evangelho, a máquina leitora do Código de Barras que existe no portão do céu é muito mais inteligente do que a que existe no caixa do supermercado. A pistola do céu é capaz de compatibilizar o selo com o produto e verificar a coerência entre a identificação visível e o produto em si.
Samuel, o profeta, foi instruído quanto aos critérios de julgamento divino. Aprendeu que Deus não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, mas Deus vê o coração. Em outras palavras, o homem vê o Código de Barras, mas Deus enxergar o que tem dentro da caixa.
Por esta razão, Jesus disse que “nem todo o que me diz : Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que estás nos céus”. Coreografia, declarações verbais e placas sinalizadoras podem impressionar as massas, mas não têm nenhum valor aos olhos de Deus. O Evangelho implica transformação de dentro para fora. Tornar-se cristão não é apenas uma questão de confissão de fé ou de passar a acreditar em algumas coisas, mas de relacionamento dinâmico e conseqüente com Deus, por intermédio de Jesus, sob a ação constante do Espírito Santo.
Sou cristão por que nasci de novo e, em Cristo, sou nova criatura, nova pessoa. Hoje experimento o processo através do qual o Espírito Santo de Deus vai me transformando de glória em glória, até que a imagem de Cristo seja formada em mim.
Que ninguém se iluda. A corrida aos templos em busca de socorro circunstancial não quer dizer absolutamente nada em termos de multiplicação de cristãos. Nem mesmo os favores eventualmente recebidos são evidência de conversões genuínas. Afinal, Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, faz chover sobre justos e injustos, e entre dez leprosos curados pelo favor de Deus, apenas um experimentou salvação em resposta a sua fé.
A salvação em Cristo não implica apenas novo status de relacionamento diante de Deus – do tipo filho em vez de criatura, ou justificado em vez de injusto. A salvação em Cristo implica necessariamente nova vida a partir deste novo relacionamento. Cristo não veio para que tivéssemos nova verdade ou novas bênçãos. Ele veio para que tivéssemos vida. Conhecimento da verdade e bênçãos são a moldura em que o relacionamento com Deus acontece, mas esse relacionamento é na essência a participação da vida de Deus fazendo-nos pessoas absolutamente distintas daquelas que éramos antes da fé em Cristo.
Há, portanto, pelo menos dois evangelhos na praça. O primeiro convoca pessoas para que supliquem o favor divino e vejam sua vida mudar de fora para dentro, sendo que, na maioria das vezes, as coisas mudam apenas do lado de fora – e quando mudam de fato. Este promete mundos e fundos para quem não é bobo, está sofrendo ou deseja viver mais confortavelmente. O outro evangelho é aquele que convoca pessoas ao arrependimento e à fé, que resultam em transformação de dentro para fora. Este é o caminho estreito, apelo para que se tome a cruz. O primeiro é caminho que ao homem parece direito, mas ao fim se mostrará caminho de morte. O segundo é caminho de cruz, que convive com glória prometida a todos aqueles que perderam sua vida por amor de Jesus.
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Referência Bibliográfica:
KIVITZ, Ed René. Outra Espiritualidade: fé, graça e resitência. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2006.


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Entrevista com Tatiana Malafaia



Em uma riquíssima e impactante entrevista concedida ao Reflexões do Reino, Tatiana Malafaia fala sobre seu 1º CD; realidade da música gospel; realidade da igreja; entre outros assuntos. Vale a pena conferir este edificante e satisfatório bate-papo.
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Tatiana é casada com Fabiano Malafaia Macedo e congrega na Assembléia de Deus em Jacarepaguá, liderada pelo Pr. Gilberto Malafaia. Seu serviço ao Reino de Deus divide-se entre as áreas de Educação e Música. É psicóloga clínica, professora de Psicologia Geral do Seminário Teológico Shalom, comentarista da revista de Escola Dominical Tudo a Ver com Jesus, destinada aos adolescentes de 12 a 14 anos, da Editora Central Gospel. Já lecionou para adolescentes na EBD e participou de trabalhos em comunidades carentes. Na área musical, fez parte do ministério de louvor de sua igreja e canta em corais desde o início da adolescência. Recentemente, gravou seu primeiro CD, Creio em Ti, pela Central Gospel Music, que traz seis músicas de sua autoria.

Reflexões do Reino: Conte-nos como foram as experiências que antecederam a gravação do CD Creio em Ti. E quais são as suas expectativas depois do lançamento?

Tatiana: Gravar um CD nunca foi um sonho pessoal. Sempre gostei de estudar e pensava em dar prosseguimento à minha profissão como Psicóloga. Também gosto muito de dar aula, por isso, já sonhava com o Mestrado e o Doutorado, para lecionar em Universidades. Quando comecei a namorar meu esposo, que é Oficial da Marinha do Brasil, imediatamente acalentei a idéia de ingressar na carreira militar. Eu tinha certeza que seria o melhor para nós dois! Mas, Deus tinha outros planos pra mim. Ele me falou que, um dia, eu gravaria um CD. Eu me achava inadequada para isso! Não me via encaixada no perfil de cantora gospel. Com o tempo, o Senhor trabalhou no meu coração, eu aceitei a vontade de Deus e hoje estou aqui, à disposição dEle. Espero que este CD seja tudo aquilo que o Senhor me prometeu: um canal para abençoar vidas e conduzir almas a Cristo.

Reflexões do Reino: Sabemos que o louvor tem seu devido poder sobre a vida dos fiéis, e até mesmo na preparação da pregação da Palavra de Deus. Como você observa a qualidade da música evangélica brasileira? Tem sido relevante no seio da igreja ou tem sido somente entretenimento?

Tatiana: Penso que a música tem alcançado um espaço e uma atenção em nossos cultos muito maiores do que lhe é necessária. O louvor tem adquirido um status mais poderoso que o da Palavra de Deus, a ponto de muitos afirmarem que o louvor liberta. Não concordo. Creio que a Palavra ministrada na forma de música, essa sim, liberta! (Jo 8.32). Melodia emotiva, harmonia perfeita e ritmo contagiante sem respaldo bíblico não passa de nuvem sem água. Meus ouvidos doem por causa de certas músicas, totalmente desprovidas de inspiração divina, propagadoras de falsas promessas, de um falso Evangelho. Muitas dessas não têm o propósito de adorar a Deus, mas sim de proporcionar ao cantor uma oportunidade de testar seu IBOPE, fazendo o povo dar glória ainda que o conteúdo seja contrário à Palavra. Em contrapartida, agradeço a Deus porque também ouço muitos louvores ungidos, entoados por servos de Deus, que são fiéis ao chamado que o Senhor lhes confiou, que pensam em agradar somente a Ele, e não à platéia.

Reflexões do Reino: Quais são os cantores que você admira e se espelha?

Tatiana: Aprendi com minha sogra que a palavra ministrar, na Bíblia, tem a mesma raiz que a palavra servir. O que me fascina num cantor é sua postura como verdadeira adoradora do Senhor, a unção que é manifesta em sua vida, a simplicidade e a humildade com que trabalha para Deus. Gosto de muitos, mas vou resumir. Da turma masculina, gosto do Nani Azevedo, do Lázaro, do Marquinhos Gomes. Entre as mulheres, gosto das músicas da Eyshila, da Flávia Afonso e da Ana Paula Valadão.

Reflexões do Reino: Muito se fala a respeito da falta de conhecimento do povo de Deus; que somos um povo ignorante e outros adjetivos pejorativos. Falando agora como professora, como tens visto a realidade das EBD’s e dos seminários teológicos?

Tatiana: Percebo que, basicamente, duas motivações atraem as pessoas ao Seminário: aquisição de conhecimento e/ou a aquisição de um diploma. O fato é que muitos alunos chegam despreparados, sem o conhecimento necessário para realizar o curso, que possui exigências de um curso de nível superior. Não há rigor na seleção dos alunos, até porque se houvesse poucos entrariam, devido a tamanha falta de preparo. Isso contribui para que haja um desnível de conhecimento entre os alunos da turma, o que gera um desnível de interesses. O aluno que conhece mais, busca um conhecimento maior ainda. O aluno que nada sabe, contenta-se com a superfície, pois até isso é novidade para ele. Esse desnível divide o professor, que acaba não se aprofundando muito em certos temas para não prejudicar os alunos mais atrasados. Muitos desses também encaram o Seminário como uma “obrigação”, e não um prazer, mostrando-se desinteressados. Isso desmotiva o professor que, ciclicamente, desmotiva o aluno.
Quanto ao ensino nas EBD’s, creio que o principal problema é o fato de a liderança incumbir para esta tarefa pessoas despreparadas didaticamente, não dedicadas ao ensino, que não tenham aptidão, vocação, sensibilidade, que não se identifiquem com o trabalho e/ou não possuam conhecimento bíblico sólido.

Reflexões do Reino: Alguns estudiosos e críticos dizem que a igreja está passando por uma crise de identidade. Os mais otimistas dizem que estamos conquistando o Brasil para Cristo. Em sua opinião, estamos em um avivamento ou em uma crise?

Tatiana: Nem todos estão avivados, assim como nem todos estão em crise. Qual dos dois lados está ganhando? Prefiro utilizar-me da lógica: se a grande maioria estivesse inserida em um autêntico avivamento (aquele que nos faz crescer na graça e no conhecimento de Deus, através da Sua Palavra, em comunhão uns com os outros): o mundo ficaria pequeno para tantos missionários disputando o campo; a janela 10-40 teria seus dias contados; haveria poucos doentes nos hospitais, para tantos crentes dispostos a fazer-lhes a oração da cura; as gráficas não dariam conta das encomendas de folhetos para evangelização, pois os grupos de visita cresceriam cada vez mais; nunca mais se ouviria que um crente está passando necessidade, pois não faltaria gente disposta a supri-las; o pastor seria obrigado a construir cada vez mais congregações e prédios anexos para obra social, pois não teria onde investir tantas ofertas num único templo; nunca mais ouviríamos alguém dizer que vive da obra, mas sim para a obra; a Igreja nunca mais temeria a ação dos governantes, pois por causa da oração constante do Seu povo, Deus inclinaria os seus corações para o bem que quisesse realizar. É o que penso.

Reflexões do Reino: De tantos problemas que a igreja do séc. XXI tem enfrentado, qual o maior que você destacaria?

Tatiana: A valorização da imagem, em detrimento da realidade, tem assolado a vida de muitos crentes. Por exemplo, eles se endividam, compram carros, casas, roupas caras, para passar a imagem da prosperidade. Pregador bom é o que sapateia e manda a igreja “dar glória”. O povo prefere pregadores carismáticos, com presença de palco, que operam milagres e prodígios, mesmo que o tal leve uma vida de pecado. Se o irmão é fiel, verdadeiro servo de Deus, prega a Verdade, mas não leva a platéia ao delírio, não serve. Os crentes têm sido tentados a abraçarem uma vida ilusória, onde o “parecer ser” é mais importante que o ser, de fato.

Reflexões do Reino: Sabemos que a Europa foi o berço dos grandes avivamentos existentes na história, mas infelizmente, hoje vivem em decadência espiritual. Hoje grandes templos que viram grande fervor espiritual são museus e até mesmo bares e restaurantes. Você acha que o Brasil pode chegar ao mesmo declínio ou ainda há esperanças?

Tatiana: Creio que não, porque mesmo com tantos desafios à nossa vida espiritual, temos visto remanescentes que não se curvam. Graças ao Senhor temos homens de Deus que falam sem temor a Palavra de Deus, para toda a nação escutar.

Reflexões do Reino: Tatiana, foi um prazer ter você aqui no Reflexões do Reino. Deixe um recado para nossos leitores.

Tatiana: É tempo de lutarmos pela nossa fé, combatermos o ativismo, dedicarmos nossas vidas a Deus, anunciando o Evangelho a toda criatura e preparar-nos para a vinda do Senhor Jesus! Oro para que os joelhos vacilantes sejam fortalecidos, em nome de Cristo!

Máximas teológicas - 9


"Encontrar-se com o Senhor, e mesmo assim continuar a buscá-lo, é o paradoxo da alma que ama a Deus. É um sentimento desconhecido daqueles que se satisfazem com pouco, mas comprovado na experiência de alguns filhos de Deus que têm o coração abrasado."
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A.W. Tozer

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Pode ser que eu esteja certo


Segue abaixo o comentário de nosso prestimoso irmão Clóvis do Blog CincoSolas, em resposta ao meu post "Pode ser que eu esteja errado".

Apesar de algumas divergências teológicas, achei de muito bom gosto postar aqui esse rico comentário.
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Caro irmão Junior,
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Pode ser que você esteja certo, mas a liberdade do homem não é uma abdicação divina do exercício de Sua soberania. É mais o próprio exercício, pois nada daquilo que o homem faz livremente não foi predeterminado por Deus. Não existe um só átomo dissidente no Universo de Deus.
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Pode ser que você esteja certo, mas a onisciência divina sendo perfeita, exaustiva e infalível, fixa inalteravelmente na eternidade tudo o que acontecerá na história.
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E pode ser que você esteja certo, mas a presciência divina não é mera previsão, mas Ele antevê o que decidiu fazer e não tem como você estar certo ao dizer que Deus não predestinou quando a Bíblia diz "em amor nos predestinou".
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Pode ser que você esteja certo, mas a teologia não é a dissecação de Deus como se fosse uma rã num laboratório, mas é a fé buscando entendimento, é a ação do adorador contemplando mais de perto a glória divina para melhor adorá-lo em Sua perfeições.
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Pode ser que você esteja certo, mas a salvação se dará unicamente por meio de Cristo, sendo a pregação o meio ordinário de levar Cristo às pessoas, embora Deus possa usar de meios extraordinários de levar a Cristo àqueles impedidos de ouvir a pregação da fé.
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Pode ser que você esteja totalmente certo, ou parcialmente certo, mas com certeza você não está totalmente errado.
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Em Cristo,
Clóvis

Pérolas de Martin Luther King


"Um líder verdadeiro, em vez de buscar consenso, molda-o."
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"O que mais preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
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"Quase sempre minorias criativas e dedicadas transformam o mundo num lugar melhor."
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"Se um homem não descobriu algo por que morrer, ele não está preparado para viver."
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"Sonho com o dia em que a justiça correrá como água e a retidão como um caudaloso rio."
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"O ser humano deve desenvolver, para todos os seus conflitos, um método que rejeite a vingança, a agressão e a retaliação. A base para esse tipo de método é o amor".
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"A Verdadeira paz somente não é a falta de tensão, é a presença de justiça."
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"Nós temos que combinar a dureza da serpente com a suavidade da pomba, uma mente dura e um coração tenro."
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"Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa."
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"O Amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo."

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Pérolas de Martinho Lutero


Para comemorar os 491 anos da Reforma Protestante, que se dará neste dia 31, publico aqui algumas pérolas do grande ícone da Reforma, Martinho Lutero.
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De trabalho não há quem morra.
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A mentira é como a bola de neve; quanto mais rola, tanto mais aumenta.
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Nada se esquece mais lentamente que uma ofensa e nada mais rápido que um favor.
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A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço.
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Jamais alguém se arrependeu de ter-se acostumado a madrugar e a ter-se casado jovem.
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Cada coisa que é feita no mundo é feita pela esperança.
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O coração do homem é como o mercúrio, tanto está aqui agora, como logo a seguir está noutro lugar, hoje assim, amanhã a pensar de outra forma.
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Até aos quarenta anos o homem permanece louco; quando então começa a reconhecer a sua loucura, a vida já passou.
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Quem não for belo aos vinte anos, forte aos trinta, esperto aos quarenta e rico aos cinquenta, não pode esperar ser tudo isso depois.
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Deve-se doar com a alma livre, simples, apenas por amor, espontaneamente!
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Sê pecador e peca fortemente, mas crê ainda mais fortemente.
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A família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos.
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Os sinos tocam de modo muito diferente do normal quando morre um amigo.
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A mentira é como uma bola de neve; quanto mais rola, tanto mais aumenta.
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No casamento, cada pessoa deve realizar a função que lhe compete. O homem deve ganhar dinheiro, a mulher deve economizar.
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Pensamentos não pagam imposto alfandegário.
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O mundo é como um camponês embriagado; basta ajudá-lo a montar sobre a sela de um lado para ele cair do outro logo em seguida.
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A medicina cria pessoas doentes, a matemática, pessoas tristes, e a teologia, pecadores.
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Todo o pecado é um tipo de mentira.
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