quarta-feira, 12 de agosto de 2015

É tão lindo... só que não!


É tão lindo ver os líderes da igreja valorizando dogmas eclesiásticos, confissões denominacionais, regras e normas em detrimento daqueles por quem Cristo entregou-se, o ser humano. É tão lindo... só que não!
                                  
É tão lindo ver as igrejas unindo-se em um único propósito de transformar a vida dos cidadãos e, consequentemente, da sociedade. Porém, o que vemos são “generais” e “coronéis” religiosos querendo propagar seus nomes e ministérios no afã de difundirem seus impérios e engordarem suas contas bancárias. Parece que o único objetivo desses "papas" evangélicos é construir templos para si. Desta forma, opõem-se à Bíblia, que nos orienta a edificar santuários para o Eterno. Infelizmente, a ganância cega seus olhos: como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu), aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas (Ap 3.17,18).
                                  
É tão belo ver pastores levantando suas vozes na mídia em favor do necessitado, verberando contra as injustiças sociais e pregando o amor que o Carpinteiro de Nazaré propagou durante seus anos de vida na terra. Entretanto, para alguns, é mais vantajoso fustigar contra classes minoritárias em lutas irrelevantes e inglórias.

É de bom grado que os cristãos amem a leitura como desejam as bênçãos e as vitórias. Todavia, para a grande maioria, o atalho das benesses é mais atrativo do que o exercício da contemplação. Para muitos líderes, é melhor que a massa fique na inércia do conhecimento e tenham seus olhos escamados para sempre. Esquecem-se de que o mais precioso que Deus nos deixou foi Sua Palavra impressa, e é através dela que conheceremos nosso meigo e terno Salvador. Mas, retornar à era das trevas é mais vantajoso do que propagar a luz do conhecimento.

É maravilhoso ver a sociedade sendo transformada por pequenas atitudes tomadas pela igreja, que, na origem de sua constituição, caía na graça do povo (At. 2.47). Contudo, geramos a raiva da sociedade com gestos e palavras sectárias, vazias de amor e beligerantes. 

É magnífico, bíblico, esplendoroso e divino ver a religião evangélica abandonando as paredes das “prisões eclesiásticas” (igreja institucional), marchando em direção ao mundo a fim de levar as boas novas do reino, contribuindo para a libertação social, política e espiritual. É magnífico ver tamanha preocupação altruística genuína... só que não!

É louvável ver a comunidade evangélica convertendo o fruto dos seus lábios em atitudes concretas em prol da dignidade humana. No entanto, para muitos líderes que se intitulam discípulos de Jesus, o ser humano é uma simples casa de câmbio onde o interesse é trocar "bênçãos" por cifrão. Nestes recintos, o objetivo é olhar para o bolso, pois não se importam em cuidar do coração. 

É tão bom quando os pregadores usam os púlpitos para encher nosso coração de palavras de prosperidade, de bênção e colocam Jesus de lado, sem dar menor importância àquele que morreu por nós! É tão bom... só que não!

Será tão gratificante quando, na eternidade, no dia do acerto de contas, o Filho de Deus disser: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34). Contudo, para sermos merecedores dessa graça, precisamos vestir os despidos, alimentar os famintos, visitar os presos, suprir a necessidade de água dos sedentos e encarnar a justiça divina na terra, como Jesus ensinou na oração do Pai-nosso: venha o teu Reino. Reino este que não se traduz em festas (comida e bebida), mas de justiça, paz, alegria, amor e valorização das criaturas feitas à imagem e semelhança do Deus-de-toda-graça. 
Enquanto o dia do acerto de contas não chega, continuemos contemplando com satisfação e contentamento todas as atrocidades cometidas pelos caciques da fé, tais como: injustiças, subornos, covardia contra os mais fracos, insensibilidade, indiferença com os menos favorecidos, vida de luxúria, carros milionários, distorção do texto bíblico em benefício próprio, enriquecimento ilícito; chantagens, ameaças de maldições, etc.. Tudo isso é tão lindo... só que não!

[Texto em parceria com o amigo Bruno Gomes]

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails