O livro de Jó parece se concentrar na questão do sofrimento. No fundo, um problema diferente está em jogo: a doutrina da liberdade humana. Jó teve de suportar um sofrimento imerecido a fim de demonstrar que o Senhor está, na verdade, interessado no amor demonstrado em liberdade.
A disputa travada entre Deus e Satanás não foi um exercício trivial. A acusação feita por Satanás de que Jó só amava o Senhor por que “puseste uma cerca em volta dele” é um ataque ao caráter divino. Implica que Deus não é digno de amor por si mesmo; as pessoas fiéis só o seguiriam mediante “suborno”. A reação de Jó depois que todos os sustentáculos da fé fossem removidos comprovaria ou descartaria o desafio de Satanás.
Para entender essa questão da liberdade humana, talvez o melhor seja imaginar um mundo em que todos obtêm aquilo que merecem. Esse mundo imaginário tem uma certa atração. Seria justo e consistente e todos saberiam com clareza o que Deus esperava. A justiça reinaria. Há, no entanto, um enorme problema com um mundo assim tão organizado: ele não tem nada a ver com o Deus pretende realizar na terra. Ele quer de nós o amor, amor ofertado em liberdade. E não ousemos subestimar a recompensa que Deus associa a esse amor. O Senhor lhe atribui tamanha importância que permite ao nosso planeta ser um câncer de maldade no seu universo – por algum tempo.
Se o mundo funcionasse de acordo com regras fixas, justas e perfeitas, não haveria liberdade real. Agiríamos certo por causa do nosso ganho imediato e motivações egoístas infestariam cada gesto de bondade. As virtudes cristãs descritas na Bíblia, pelo contrário, se desenvolvem quando escolhemos Deus e seu caminho apesar da tentação ou dos impulsos para fazer o contrário.
Na Bíblia inteira, uma analogia que ilustra o relacionamento entre o Senhor e seu povo salta aos olhos o tempo todo. Deus, o marido, é retratado tentando atrair a noiva para si mesmo. Ele quer seu amor. Se o mundo fosse construído de forma que cada pecado recebesse um castigo e cada boa ação, um prêmio, o paralelo não resistiria. A analogia mais próxima a esse relacionamento seria uma mulher mantida em cativeiro, mimada, subordinada e trancafiada em um quarto de forma que o amante pudesse estar seguro de sua fidelidade. Deus não “prende” seu povo. Ele nos ama, oferece-se para nós e espera ansioso por nossa livre reação.
O Senhor quer que optemos por amá-lo de livre e espontânea vontade, mesmo que essa opção envolva dor, por estarmos comprometidos com Ele, não com sensações e recompensas que nos façam sentir bem. Ele quer que permaneçamos fiéis a Ele, como fez Jó, inclusive quando tivermos todos os motivos do mundo para negá-lo com veemência. Jó se apegou à justiça de Deus no momento em que se tornou o melhor exemplo da história da aparente injustiça divina. Não procurou o Presenteador por causa do presente; pois quando todos os presentes foram removidos, ele ainda O buscava.
A disputa travada entre Deus e Satanás não foi um exercício trivial. A acusação feita por Satanás de que Jó só amava o Senhor por que “puseste uma cerca em volta dele” é um ataque ao caráter divino. Implica que Deus não é digno de amor por si mesmo; as pessoas fiéis só o seguiriam mediante “suborno”. A reação de Jó depois que todos os sustentáculos da fé fossem removidos comprovaria ou descartaria o desafio de Satanás.
Para entender essa questão da liberdade humana, talvez o melhor seja imaginar um mundo em que todos obtêm aquilo que merecem. Esse mundo imaginário tem uma certa atração. Seria justo e consistente e todos saberiam com clareza o que Deus esperava. A justiça reinaria. Há, no entanto, um enorme problema com um mundo assim tão organizado: ele não tem nada a ver com o Deus pretende realizar na terra. Ele quer de nós o amor, amor ofertado em liberdade. E não ousemos subestimar a recompensa que Deus associa a esse amor. O Senhor lhe atribui tamanha importância que permite ao nosso planeta ser um câncer de maldade no seu universo – por algum tempo.
Se o mundo funcionasse de acordo com regras fixas, justas e perfeitas, não haveria liberdade real. Agiríamos certo por causa do nosso ganho imediato e motivações egoístas infestariam cada gesto de bondade. As virtudes cristãs descritas na Bíblia, pelo contrário, se desenvolvem quando escolhemos Deus e seu caminho apesar da tentação ou dos impulsos para fazer o contrário.
Na Bíblia inteira, uma analogia que ilustra o relacionamento entre o Senhor e seu povo salta aos olhos o tempo todo. Deus, o marido, é retratado tentando atrair a noiva para si mesmo. Ele quer seu amor. Se o mundo fosse construído de forma que cada pecado recebesse um castigo e cada boa ação, um prêmio, o paralelo não resistiria. A analogia mais próxima a esse relacionamento seria uma mulher mantida em cativeiro, mimada, subordinada e trancafiada em um quarto de forma que o amante pudesse estar seguro de sua fidelidade. Deus não “prende” seu povo. Ele nos ama, oferece-se para nós e espera ansioso por nossa livre reação.
O Senhor quer que optemos por amá-lo de livre e espontânea vontade, mesmo que essa opção envolva dor, por estarmos comprometidos com Ele, não com sensações e recompensas que nos façam sentir bem. Ele quer que permaneçamos fiéis a Ele, como fez Jó, inclusive quando tivermos todos os motivos do mundo para negá-lo com veemência. Jó se apegou à justiça de Deus no momento em que se tornou o melhor exemplo da história da aparente injustiça divina. Não procurou o Presenteador por causa do presente; pois quando todos os presentes foram removidos, ele ainda O buscava.
8 comentários:
Graça e paz, Caro Irmão Junior,
maravilha de post. Satanás ver o sofrimento como uma grande oportunidade para derrubar a fé dos servos de Deus. Ele aceitou o desafio de tentar destruir a fé de Jó. Depois, ele foi tão ousado que desafiou o próprio Jesus, usando todas as tentações imagináveis para o vencer (Mateus 4:1-11). podemos ter certeza que o diabo está torcendo para que tropecemos e afastemos de Deus. (1Pedro 5.8), o apostolo nos orienta a ser sóbrios e vigilantes.
Dc. José Rinaldo de Santana
www.rinaldoeapalavra.blogspot.com
Bom dia meu caro Júnior,
Essa acusação de satanás contra a vida de Jó pareceria muito coerente hoje se manifestada a respeito da vida de muitos adeptos da Teologia da Prosperidade, aqueles que como na música Vaidade (João Alexandre)estão "exigindo prosperidade por serem o filhos do Rei"
Espero sinceramente que estes irmãos não estejam querendo viver, por vaidade, um reino aqui na terra. E que a "teologia" que seguem não os impeça de passar por uma "prova de Jó".
Pois mesmo que toda "prosperidade" se vá, ainda teremos o mais importante: o amor do Pai para conosco.
Martins
Amado José Rinaldo,
Assim como Satanás vê o sofrimento como estratégia para nos vencer, Deus usa os mesmos sofrimentos para nos aproximá-los dEle.
O sofrimento é uma grande dádiva divina para demonstrarmos nosso amor por Ele.
No amor dAquele que nos amou primeiro.
Grande Martins,
Muito bem colocada as suas palavras.
Nesse contexto de prosperidade e outros modismos mais, dificilmente algum adepto desta famigerada teologia declararia: "temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal?"
Abraços
Completando seu comentário ao José Rinaldo:
O deserto é como uma escola para os crentes.
Ou como diria Sulvio Santos:
"Com crise se cresce". Ele não disse no mesmo contexto que aplicamos aqui, mas a frase se encaixa bem ao tema.
Muito boa Martins!
Como diz nosso irmão Lázaro: "Se tú és crente então por que toda essa dor... por que o deserto é a escola do Senhor"
Paz!
Júnior,
Foi exatamente essa música que inspirou meu comentário.
Martins,
Então estamos na mesma sintonia...rsrsrs
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