Cristo promete a todo cristão verdadeiro que Ele de maneira
nenhuma riscará o seu nome do livro da vida, mas confessará o seu
nome diante do Pai e diante dos seus anjos. Incrivelmente, embora o texto
diga exatamente o oposto, algumas pessoas assumem que esse versículo
ensina que o nome de um cristão pode ser riscado do Livro da Vida. Assim,
eles tolamente transformam uma promessa numa ameaça.
Êxodo 32:33, alguns argumentam, apóia a ideia que Deus pode remover
o nome de alguém do Livro da Vida. Nessa passagem, o Senhor diz a Moisés
que “aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro”. Não há
contradição, contudo, entre essa passagem e a promessa de Cristo em
Apocalipse 3:5. O livro mencionado em Êxodo 32:33 não é o Livro da Vida
descrito em Filipenses 4:3, e mais tarde em Apocalipse (13:8; 17:8; 20:12, 15;
21:27). Pelo contrário, refere-se ao livro dos vivos, o registro daqueles que
estão vivos (cf. Sl. 69:282
). A ameaça, então, não é a condenação eterna, mas a
morte física.
Nos dias de João, os governantes mantinham um registro dos cidadãos
da cidade. Se alguém morresse, ou cometesse um crime sério, seu nome era
riscado desse registro. Cristo, o Rei do céu, promete jamais riscar o nome de
um cristão verdadeiro do rol daqueles cujos nomes foram “escritos, desde a
fundação do mundo, no livro da vida do Cordeiro que foi morto” (Ap. 13:8).
Pelo contrário, Cristo confessará o nome de todo crente diante de
Deus o Pai e diante dos seus anjos. Ele afirmará que eles lhe pertencem.
Aqui Cristo reafirma a promessa que fez durante seu ministério terreno:
“Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei
diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt. 10:32). A verdade confortadora
que a salvação do cristão verdadeiro está eternamente segura é o ensino inequívoco da Escritura. Em nenhum lugar essa verdade é mais fortemente
declarada que em Romanos 8:28-39:
"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os
que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem
de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos
que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também
justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a
estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo
a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não
dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os
escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é
Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à
direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de
Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou
o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à
morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em
todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura,
nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor".
Fonte: Comentário do Novo Testamento de John Macarthur, Jr.
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