sexta-feira, 26 de junho de 2015

As tocantes verdades da flor (Parte 1)


Em 1618, um sínodo eclesiástico reuniu-se em Dort, na Holanda, para definir os pontos principais da igreja reformada no tocante à doutrina bíblica acerca da salvação. Isso ocorreu por causa de certas novidades teológicas, propostas por Jacó Armínio, que estavam tumultuando o contexto reformado e afastando alguns do ensino paulino defendido desde os dias da Reforma Protestante.
Para deixar bem claro e definido no que a igreja reformada cria e o que ensinava e defendia, o Sínodo de Dort fixou cinco pontos que ficaram conhecidos como “os cinco pontos do Calvinismo". São eles:
1. Depravação total
2. Eleição incondicional
3. Expiação limitada
4. Graça irresistível
5. Perseverança dos santos
Em inglês, as iniciais dessa lista formam o acróstico TULIP, o nome de uma flor (em português, tulipa). Por isso, a figura da tulipa ficou associada à fé calvinista e, de vez em quando, a gente vê imagens dessa flor em sites, artigos e livros que defendem a doutrina reformada.
Nossa igreja é calvinista (pelo menos os pastores são). Não somos calvinistas no sentido técnico e pleno da palavra (pois não somos aliancistas), mas somos calvinistas na nossa soteriologia, adotando os pontos fixados em Dort. O fato de sermos calvinistas num contexto teológico tão humanista (que exalta o ser humano) e tão reducionista na sua visão de Deus cria certos problemas. Muita gente se opõe aos nossos ensinos, pervertendo-os, alegando que dizemos coisas que nunca dissemos, torcendo o significado de versículos que embasam nossa fé e até negando a validade e a inerrância da Bíblia nas partes que mostram que estamos no caminho certo.
Há, porém, pessoas que são realmente sinceras no seu desejo de conhecer a antiga fé dos reformadores. Muitos, lendo a Bíblia com o coração aberto, ficam impactados com as doutrinas que foram ensinadas não somente por Calvino, mas por Agostinho, Gotescalco, Tomás de Aquino, João Huss, Guilherme de Occam, John Wyclif, Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio, John Owen, Jonathan Edwards, George Whitefield, Charles Spurgeon e Abraão Kuyper (pra citar somente alguns). Então, entram em contato conosco para fazer perguntas sobre a “tulipa”. É com o intuito de ajudar um pouco essas pessoas que escrevo esta série.
Nos artigos seguintes, quero expor as cinco tocantes verdades da tulipa. Todos poderão entender melhor as maravilhosas dimensões da soteriologia bíblica e, com razões muito mais sólidas, louvar a Deus por sua imensa graça.
Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

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