sábado, 27 de agosto de 2011

Às vezes

Às vezes, tenho vontade de gritar para o mundo ouvir que Jesus Cristo é o Senhor. Mas, logo vêm os desbravadores do evangelho-fácil e roubam de mim o fervor.

Às vezes, me surgem alguns pensamentos triunfalistas de que “se Jesus venceu, eu também vencerei”. Porém, logo me vem à mente que Jesus não tinha nem onde reclinar a cabeça – pobre, manso e humilde. Me envergonho.

Às vezes, me angustio com a situação e comportamento da igreja evangélica brasileira. Todavia, alguns bons amigos me fizeram lembrar que Jesus buscará uma Igreja dentro da igreja – como diz a brilhante parábola da colheita (Mt 13.24-30).

Às vezes, perco o sono com meus conflitos interiores, vendo-me impotente para mudar o rumo da igreja. Portanto, me recordo da ilustração do beija-flor, que no afã de apagar o grande incêndio da floresta, jogava água no fogo com seu pequeno bico, como em conta-gotas.
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Às vezes, sou chamado de pessimista. Logo, quando sou confrontado com as páginas sagradas, vejo que a tendência é só piorar.

Às vezes, sou tentado a acreditar nos profetas modernos que jogam bênçãos avanço ao povo. Entretanto, olho para os profetas veterotestamentário e vejo quão distante estão os seus respectivos ministérios.

Às vezes, me comparo com àqueles discípulos a caminho de Emaús, onde não conseguiam enxergar o Mestre devido às circunstâncias desfavoráveis que os judeus passavam. Contudo, será que sou eu que não contemplo Jesus, ou Jesus não está sendo encontrado em alguns de nossos templos suntuosos?
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Às vezes, olhando para os relatos da Reforma Protestante, penso que poderíamos passar por algo semelhante em nossas igrejas. Porém, devido aos tempos pós-modernos, seria algo humanamente impossível – os “Luteros” estão se corrompendo.

Às vezes, faço minhas orações acreditando que todas elas serão atendidas por Deus. Logo, lembro-me de umas das cartas paulinas endereçadas aos irmãos de Filipos (Fp 4.6,7), onde Ele não promete realizar meus desejos e caprichos, mas sim, a paz em nossos corações.
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Às vezes, sinto vontade de vociferar contra as mazelas da liderança eclesiástica. Mas, logo atento para dentro de mim, e contemplo o homem corrupto que habita em mim, com igual ou maior número de mazelas do que os líderes religiosos.

Às vezes, olho para o caos que se encontra nosso sistema religioso, tentando entender “por que isso Senhor?!”, e ouço Deus responder em meu coração: “Eu sou Soberano sobre todas as coisas filho, tudo está patente aos meus olhos, faça a sua parte”. Então, quase sempre saio constrangido, entendendo que a boa mão de Deus, há de nos mostrar a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não serve (Ml 3.18).

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