terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Auréolas tortas

Um homem entrou no escritório do medico e disse:

— Doutor, tenho uma terrível dor-de-cabeça que nunca vai embora. O senhor poderia me receitar alguma coisa para ela?
—Sim — disse o médico, — mas quero checar algumas coisas antes.
Diga, você bebe muita bebida alcoólica?
—Álcool? — disse o homem, indignado. — Nunca chego perto dessa porcaria.
—Fuma, então?
—Acho cigarro nojento. Nunca na minha vida provei um.
—Fico meio constrangido de perguntar isso, mas... sabe como alguns homens são... você vive aí pela noite?
—Claro que não! Quem o senhor acha que eu sou? Estou na cama toda noite antes das dez.
—Diga-me uma coisa — pediu o médico. — Essa sua dor-de-cabeça é de um tipo agudo e penetrante?
—Isso mesmo — disse-lhe: uma dor aguda e penetrante.
—Então é simples, meu caro. Seu problema é que a sua auréola está apertada demais. Só precisamos soltá-la um pouquinho.

O problema com nossos ideais é que, se vivermos de acordo com todos eles, nos tornamos pessoas com as quais é impossível se conviver. A auréola torta do pecador salvo é vestida com folga e com graça fluente. Descobrimos que a cruz realizou muito mais do que revelar o amor de Deus. O sangue do Cordeiro aponta para a verdade da graça: o que não podemos fazer por nós mesmos Deus fez por nós. Na cruz, de alguma forma, de alguma maneira, Cristo levou sobre si nossos pecados, assumiu nosso lugar, morreu por nós. Na cruz, Jesus desmascara o pecador não apenas como mendigo, mas como criminoso diante de Deus. Jesus Cristo tomou sobre si nossos pecados e levou-os embora. Não somos capazes de lavar a mancha de nossos pecados, mas ele é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. O pecador salvo pela graça é assombrado pelo Calvário, pela cruz e especialmente pela pergunta: Por que ele morreu? Uma indicação vem do Evangelho de João 3:16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
Outra indicação da declaração de Paulo em Gálatas: "[ele] me amou e a si mesmo se entregou por mim". A resposta está no amor.
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Extraído do livro "O Evangelho Maltrapilho"
Brennan Manning


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