Em minha curta caminhada cristã, já vi muitos casos acontecerem com os supostos “filhos de Deus”. Casos estes que se acontecessem no “mundo”, com os supostos “filhos das trevas”, seriam atitudes bem normais. Mas como o Reino de Deus é formado por homens falíveis e a graça inaudita do Senhor superabunda nossas falhas e limitações, ainda penso em não desistir.
Bem... desistir de quê? Desculpe a falta de explicação inicial, mas é que ando cansado das atrocidades cometidas pelos “bispos”, “apóstolos” e “semideuses”, em nome de Deus.
Quando olho para a mídia radiofônica e televisiva me angustio diante de tanto melodrama para arrecadações de mundos e fundos para o suposto “reino de deus”.
Quando vejo um pai de família retirar o leite da boca de seu filho para dar à igreja por que o apóstolo ou bispo disse que se não contribuírem serão amaldiçoados, vejo o reflexo da falta de estrutura bíblica desses líderes que gostam tanto de retroceder, que querem sempre trazer a estrutura judaizante para o seio da igreja.
Pregar sobre Malaquias 3.10 é o que mais sabem, ou melhor, não sabem, pois suas "eisegeses" são melancólicas. Bem dizia Deus através do profeta Oséias: O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento.
Quando olhamos para aquilo que se chama evangélico no país, fico enojado.
Jesus disse a uma certa igreja da Ásia que eles tinham fama de estarem vivos, mas estavam mortos. (Ap 3.1)
Diante dessa minha perplexidade, quero fazer alguns diagnósticos.
A Igreja brasileira do século XXI sofre de alguns fenômenos que classifico como: nominalismo, sincretismo, pandemonismo, simonia e por aí vai descendo a ladeira.
Porém, quando somos diagnosticados, recebemos a receita médica para a cura. Mas, sem querer ser nenhum curandeiro, pois já temos o Médico dos médicos, proponho algumas soluções:
Resgatar a primazia do ser em detrimento do ter e do fazer; resgatar a capacidade de ouvir verdades, principalmente quando elas estiverem contra nós e resgatar o conceito bíblico de santidade.
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Temos atividades de dia e de noite. Nunca se fez tanto em nossas igrejas modernas. Um ativismo exacerbado. Mas nunca fomos tão insípidos em toda a História da Igreja. Somos o maior país cristão do mundo (católicos e evangélicos) em população numérica, porém somos o país mais corrupto do mundo. Somos a maior população carcerária do planeta. O maior consumidor de psicotrópicos do mundo; 30 milhões de pessoas morrem de fome; 60% da população padece de depressão e a cada dia 5 pessoas se suicidam. Aumenta-se o número de cristãos, mas não aumenta o fruto do cristianismo. Cadê a influência da igreja?
Bem...quando penso que também sou igreja de Cristo me decepciono, pois digito essas palavras olhando para o monitor como se fosse um espelho lançando todas essas verdades em meu rosto. Mas quando penso em desistir reflito na Graça... a voz embarga e olho para uma congregação situada dentro de uma comunidade carente chamada Guerenguê, onde Deus tem me ensinado a conviver com outra realidade. Lá me sinto igreja, noiva e imaculada. Desempenho não só minhas obrigações ritualísticas, mas me sinto parte integrante daquele corpo e por isso penso em não desistir.
Aos Novos Convertidos da comunidade deixo o meu abraço carinhoso, pois quando penso em desistir, lembro que existem vidas que dependem da vocação que Deus me delegou. Vidas estas que me fazem crescer e ser mais humano em ver e conviver com realidades opostas das mega-empresas religiosas que vemos no cenário religioso brasileiro.
Não, não vou desistir, não abandonarei minha comunidade de fé e nem desistirei de minha vocação. Posso não saber ainda para onde vou, mas estou cada dia mais certo dos caminhos por onde não devo ir.
2 comentários:
Parabéns pela postagem meu irmão... vivemos a mesma realidade.
Mas não vou desisitir também !!
Em lágrimas
José Junior
Paz José Junior,
É triste o que vemos. Estão prostituindo a noiva imaculada.
Com pesar,
Junior
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