Talvez a
discordância mais acalorada entre calvinistas e arminianos seja sobre a
extensão da expiação. A questão diante de nós é simplesmente essa: Por quem
Cristo morreu? A vasta maioria dos cristãos evangélicos poderia responder
assim: “A resposta é fácil: Cristo morreu por todo o mundo.” Essa resposta mui
provavelmente seria acompanhada com o obrigatório texto prova de João 3.16.
Concordo que a resposta é fácil, mas a resposta evangélica comum está errada.
Está errada de acordo com ninguém outro senão o nosso Senhor Jesus Cristo
mesmo.
A visão
arminiana da expiação universal implica que seria de alguma forma injusto se
Cristo não morresse por todos. Se, contudo, Cristo derramou Seu sangue precioso
por todo o mundo, segue-se uma questão lógica: por que todos não são salvos? A
resposta comum a essa pergunta é que a incredulidade impede a salvação de
pecadores por quem Cristo morreu e derramou Seu sangue precioso. Se é assim,
sou compelido a apontar a triste situação do arminiano. A incredulidade não é
um pecado? Se Cristo morreu por todos os pecados de todos os homens, então todo
o mundo estará no céu. Se Ele morreu por alguns dos pecados de todos os homens,
então ninguém estará no céu. Esses sãos as duas opções do dilema arminiano.
Além disso, se Jesus morreu uma morte que tornou a redenção uma possibilidade
hipotética para todos, então na verdade isso não assegurou a salvação para
ninguém. Não existe conforto numa propiciação que não propicia ou numa redenção
que não redime. Os calvinistas limitam a extensão da expiação de Cristo, mas os
arminianos limitam o poder dela.
Argumentos
lógicos de lado, o que Jesus ensina sobre a extensão de Sua expiação? Nosso
Senhor claramente limita Sua expiação em Sua declaração em Mateus 20.28, quando
Ele descreve o propósito de Sua vinda: dar a Sua vida como um resgate por
muitos. “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir,
e para dar a sua vida em resgate de muitos.” A grande passagem em João 10 é
talvez a mais clara sobre essa questão. Nos vv. 11 e 15, Jesus diz que Ele dá a
Sua vida pelas ovelhas. Os versículos 26 e 27 definem as ovelhas como aqueles
que creem e seguem a Cristo. Portanto, Jesus está ensinando que Ele morreu
somente por aqueles que creem nele. Em outras palavras, Jesus morreu somente
pelos eleitos.
A oração
sacerdotal de Cristo em João 17 é instrutiva também. Jesus não ora pelo mundo
(v. 9). No versículo 20, Jesus diz que ele está orando por “aqueles que creem em mim”. Jesus estava orando em favor dos eleitos de Deus como Sumo Sacerdote
deles. Contudo, Jesus não era apenas o Sumo Sacerdote, mas o sacrifício também.
Como Sumo Sacerdote, Jesus não iria orar apenas pelos eleitos enquanto se
oferecendo como sacrifício por todo indivíduo que viveria sobre a terra. Isso é
similar a crer que os Sumos Sacerdotes de Israel ofereciam sacrifícios pelo
Egito e pela Assíria no Dia de Expiação. Não, os sacerdotes ofereciam a Deus um
sacrifício pelos pecados de Israel somente.
A vida,
obra e ensino de Cristo demonstram claramente que Ele morreu por Seu povo (o
Israel espiritual) e por eles somente.
Pense nisso!!!
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