Um dos maiores problemas da “teologia” e, especialmente de suas sistematizações, vem da antiga noção de tempo. Os teólogos, em geral, pensam em Deus com as categorias de tempo e espaço, e pensam na Graça como uma “evolução histórica”, como se Deus tivesse crescido com os homens. Hoje em dia, é um desperdício sem precedentes continuar a “fazer teologia” sem se entender a questão do tempo, até mesmo do ponto de vista da “física quântica”. Boa parte dos nosso conflitos doutrinários e teológicos — coisas como predestinação e livre-arbítrio — soam pequenas depois que você entende o que é o tempo, sua total relatividade e até mesmo sua inexistente-existência. O tempo serve à relatividade, daí ele servir à História. Mas serve pouco à Teologia, que nunca é o que pretende ser, caso não exista entre o temporal e o a-temporal. A redenção, portanto, aparece na História apenas porque ela pré-existe à própria História. O Cordeiro, afinal, foi imolado no Antes de qualquer História e de qualquer Tempo!
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