terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 07

"E observando atentamente a epístola de Judas, vemos que a preocupação dele continua atualíssima. Pois no momento atual da Igreja há tanto misticismo, novas revelações, sensacionalismo, mundanismo, materialismo e variadas distorções da Bíblia Sagrada, que essa epístola parece que foi escrita na década atual. Seguramente devemos seguir seus sábios conselhos: orar, orientar, amar e ter compaixão tanto de quem ensina o erro como de quem segue estes ensinos, mas é preciso ficar atento para não sermos influenciados por alguma doutrina que fira os alicerces básicos do verdadeiro evangelho".
.
Por Agnaldo Gomes
.
www.despertaigreja.com
Post "Em defesa da Palavra de Deus"

Máximas da Blogosfera - 06


"Atualmente muitos estão vivendo um Evangelho Aladim. Deus foi transformado em um mero empregado, em um gênio da Bíblia. Aquele que outrora era Mestre e Senhor foi empacotado pela Teologia da Prosperidade e é vendido nos templos como se fosse o gênio da estória de Aladim. Vendem um deus que mediante determinações e sacrifícios proféticos dos crentes, realiza todos os seus desejos. Porém, essa visão triunfalista e ufanista trazida pela confissão positiva é algo que se afasta da verdadeira pregação do Cristianismo. Jesus não se fez homem para nos ensinar a ser ricos, mas para nos trazer a mensagem do amor".
.
Por Martins
.
Post "O evangelho segundo Aladim"

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 05

"Então se pergunta: Para o que serve a igreja como ajuntamento humano? Bem, para mim ela é Fundamental, embora não seja Essencial. Cristo é Essencial. Sem Ele não há salvação! A Igreja é Fundamental. Sem ela não se cresce em maturidade e comunhão! Sem Jesus não há nada. Sem a Igreja não há muitas coisas boas. A Carta aos Hebreus diz que não devemos deixar de nos congregar com os irmãos. A saúde humana demanda convívio. Bem, dizendo isto não estou desencorajando você a deixar de ir a uma igreja. Ao contrário: penso que você precisa muito congregar. E também não estou dando nenhum pouquinho de força para você ficar onde está, ou seja: lugar nenhum. O pior é que quanto mais esse pensamento se instala, mais a pessoa se “sente” longe de Deus mesmo. Trata-se, portanto, de um afastamento psicológico de Deus, e baseado na culpa de não gostar da representante de Deus na terra: a “igreja”. Assim, quanto MENOS a pessoa gosta da “igreja”, MAIS julga que está longe de Deus. Ora, o caminho é justamente o inverso: eu tenho que ter uma relação muito forte e firme na Graça de Deus com Deus, a fim de suportar a “igreja”. Ou seja: eu tenho que ser Igreja a fim de poder conviver com a “igreja”. Do contrário, aconteceria comigo o que acontece com milhares: quando não agüentam mais a “igreja”, deixam a fé...".

Por Juber Donizete
.
Post "Decepcionados com a igreja"

Máximas da Blogosfera - 04

"Indo direto ao ponto: está ocorrendo em nosso tempo uma verdadeira “síndrome do conhecimento”. É comum ouvirmos pregadores, possivelmente ao tentar defender a igualdade entre pessoas cultas, de um nível educacional mais elevado, com pessoas incultas e que não tiveram a oportunidade (ou o querer) de crescerem mais em seu nível de intelecto, usarem expressões do tipo: “Deus não quer saber de sua formatura”, “Deus não quer saber se você faz Direito”, “Deus não quer saber se você faz ou já fez teologia”, “Deus não quer o seu diploma e o seu anel de teologia”, “Deus não quer saber se você usa palavras bonitas, se você prega com eloqüência”, e por aí vai! E o mais interessante é quem mais usa dessas frases de efeito são pessoas que não tem um nível cultural/educacional/teológico apurado, na verdade não tem em quase nada".
.
Por Anchieta Campos
.
Post "A síndrome do conhecimento"

domingo, 28 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 03

"É lamentável que, muito do que ouvimos hoje em boas igrejas, não chega perto do que a Bíblia ensina a respeito de como devemos adorar a Deus. Há músicas que procuram honrar e exaltar o cantor com estilos românticos, contendo letras que tratam Deus como se fosse seu namorado!"
.
Por James
.
Post "Louvor e música evangélica"

sábado, 27 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 02

“Para os crentes do "reteté", só os seus cultos são verdadeiramente pentecostais e têm o mover de Deus. Mas esses cultos ultrapassam os limites da meninice e muitas vezes são pura expressão de carnalidade e falta de temor a Deus. Seus dirigentes são obreiros neófitos que não estimulam o povo a ler mais a Bíblia e ser mais equilibrados”.
.
Por Tharsis Kedsonni
.
http://www.kedsonni.blogspot.com/
Post “Adoração louca e reteté”

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Máximas da Blogosfera - 01

Como forma de homenagear meus amigos blogueiros, iniciarei uma série de máximas da blogosfera produzidas pelas mentes brilhantes de nossos prezados neste árduo e santo ministério de propagar Cristo por meio da web.
.
Iniciamos esta série com nosso prestimoso Clóvis do CincoSolas:
.
"A justiça consiste em retribuir a cada um segundo os seus méritos e a injustiça e negar a alguém aquilo a que tem direito. Lembrando que a corrida é para o céu e que ninguém tem direito a ir para lá, ninguém pode alegar que foi injustiçado. Ninguém pode reinvidicar direitos junto a Deus. Seria Deus então injusto a dar a alguém aquilo a que não tem direito? Claro que não. A misericórdia é um tipo de não justiça, mas não injustiça. Resumindo, como ninguém tem direito nem pode completar a corrida, não haveria injustiça se ninguém levasse o prêmio. Mas se Deus dá o prêmio a alguns que não poderiam adquirí-lo, é misericordioso, não injusto".
.
Por Clóvis Gonçalves
.
http://www.cincosolas.blogspot.com/
Post "Não depende de quem corre".

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Apostolado ou apostolice?

Já faz algum tempo eu andava curioso por conhecer melhor o chamado movimento apostólico. Não estou falando da Igreja Primitiva, não. Refiro-me aos apóstolos de nossos dias, esses que começaram a pipocar depois de 1980. Então, há pouco mais de um mês, reencontrei meu amigo Freddy Guerrero, que mora em Quito, no Equador. Tive a grata surpresa de saber que ele está investigando o assunto, como parte de seus estudos de pós-graduação. Eu, um leigo no assunto, diante de um "expert"... É claro que bombardeei-o de perguntas.
.
Descobri várias coisas. Existem pelo menos três grandes redes apóstolicas. É isso mesmo. São três redes. Quer dizer, estão divididos. Desde logo, vê-se que os apóstolos do século XXI não são um exemplo de unidade em Cristo. Em todas as três redes há uma fortíssima ênfase na batalha espiritual. A maior das redes é de linha carismática. Outra é messiânica, e a terceira é judaizante. Aliás, fiquei de queixo caído ao saber que os apóstolos da linha judaizante negam que Jesus seja Deus.
.
O movimento apostólico ensina que cada apóstolo possui autoridade espiritual sobre territórios específicos. Um é apóstolo de Buenos Aires, outro é da Cidade do México, e assim por diante. É claro que o Brasil também já está "loteado". Segundo cálculos feitos por Freddy, existem hoje no mundo todo uns 10 mil "apóstolos". Estes alegam possuir a mais alta autoridade espiritual em suas respectivas regiões. Todas as igrejas, de qualquer denominação, e mesmo aquelas sem filiação denominacional estão sob a autoridade deles. Bem, pelo menos é assim que pensam.
Aproveito para mencionar que Freddy chegou a ser convidado por um "apóstolo" argentino para se tornar "apóstolo" de Quito. Se tivesse aceito, o argentino teria imposto as mãos sobre Freddy e hoje eu seria amigo de um "apóstolo". Felizmente, Freddy teve o bom senso de rejeitar o convite. Fica um pouco a idéia de clube do Bolinha, com um apóstolo convidando alguém para se tornar um deles.
.
Pessoalmente, creio que alguns desses "apóstolos" são sinceros em seu desejo de servir a Deus, embora estejam equivocados. Mas não posso dizer isso de todos. Sem citar nomes, Freddy me contou casos de "apóstolos" envolvidos em escândalos sexuais, disputas por poder, enriquecimento à custa das igrejas, etc. Um outro amigo me contou de um "apóstolo" aqui no Brasil que, na sua estratégia de batalha espiritual, resolveu delimitar as fronteiras de sua jurisdição. Como Jesus Cristo é apresentado na Bíblia como o leão de Judá (Apocalipse 5.5) e como os leões demarcam seu território com urina, esse "apóstolo" começou a sair pelas ruas de sua cidade e circunscrever sua área com... sua própria urina! Quanta ingenuidade!
.
Uma leitura atenta do Novo Testamento nos leva a questionar não apenas certas práticas do movimento apostólico, mas o próprio movimento. Se não, vejamos:
.
Biblicamente a palavra "apóstolo" tem a idéia de procurador ou representante de alguém. A ênfase do vocábulo não está na tarefa em si, mas em quem deu a tarefa ao apóstolo. Por esse motivo, em várias de suas cartas, Paulo se apresenta como "apóstolo de Cristo Jesus" (Galátas 1.1; Efésios 1.1; Colossenses 1.1; 1 Timóteo 1.1; 2 Timóteo 1.1), pois é Jesus quem o havia comissionado. E essa procuração era intransferível. Nem Paulo nem os demais apóstolos da Igreja Primitiva tinham o direito de chamar alguém para ser apóstolo junto com eles. A escolha de alguém para o apostolado era prerrogativa do próprio Jesus (Atos 1.2).
.
Além disso, apóstolo era alguém que viu pessoalmente a Jesus ressuscitado (Atos 1.21-26). Aliás, ao defender seu apostolado, Paulo faz uma clara associação entre ser apóstolo e ter visto Jesus (1 Coríntios 9.1). Ele também afirma que Jesus ressuscitado apareceu a todos os apóstolos. No seu caso pessoal, Jesus apareceu-lhe "como a um que nasceu fora de tempo" (1 Coríntios 15.7), pois foi em circunstâncias excepcionais, após Jesus ter subido ao céu, que Paulo viu Jesus (Atos 9.3-6).
.
Os apóstolos do Novo Testamento caracterizavam-se, entre outras coisas, por “sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2Co 12.12; ver tb At 5.12). Isso funcionava como confirmação de que o apóstolo recebera autoridade da parte do Senhor Jesus. Os acontecimentos não eram coisas do tipo cair no culto, mas verdadeiros milagres, como cura de aleijados de nascença (At 3.2-8; 14.8-10) e ressurreição de um jovem (At 20.9-12).
.
Para concluir, o ministério apostólico neo-testamentário não era delimitado geograficamente. Paulo, por exemplo, foi apóstolo dos gentios (Galátas 2.8; Romanos 11.13). Não estava preocupado com territórios, mas com pessoas. Para ele não havia fronteiras. Seu interesse era levar não-judeus ao conhecimento de Jesus, não importa onde estivessem.
.
Minha dificuldade em aceitar o movimento apostólico dos nossos dias reside em que os "apóstolos" modernos não viram Jesus ressucitado, não foram designados pessoalmente pelo próprio Jesus, não realizam prodígios e sinais como na época do Novo Testamento e, ao contrário dos apóstolos do século I, se preocupam com a distribuição territorial. Minha conclusão é que tais pessoas declaram-se apóstolos, mas na verdade nunca o foram (2 Coríntios 11.13; Apocalípse 2.2).
.
Se, apesar das objeções acima, você ainda está pensando em seguir a profissão de apóstolo, é melhor se apressar. Infelizmente as áreas nobres já estão ocupadas. Mas ainda existem cidades menores sem dono. A propósito, parece que a Antártida ainda não tem apóstolo. Um continente inteiro à disposição! Alguém se candidata?
.
Por Márcio Redondo

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Seria Deus o culpado?

“Se Deus existe, ele terá muito do que se explicar.” Esta foi a resposta que o ator Robert DeNiro deu à pergunta “Se o céu existe e você chegasse lá, o que você gostaria de ouvir de Deus?”, feita pelo apresentador que o estava entrevistando num programa da TV americana. DeNiro parece não conseguir lidar bem com a questão do sofrimento e para ele (sua afirmação o sugere), Deus é o culpado.

Antes de repreender o ator por seu ateísmo e descrença no amor de Deus, veja o que escreveu o consagrado pastor batista americano Rick Warren em seu livro Uma vida com propósitos, editado no Brasil pela Editora Vida:

"Deus determinou cada pequeno detalhe de nosso corpo. Ele deliberadamente escolheu sua raça, a cor de sua pele, seu cabelo e todas as outras características. Ele fez seu corpo sob medida, exatamente do jeito que queria".
(página 22)

Se isso é verdade, então Deus é o culpado por todo o mal congênito de que sofra qualquer ser humano. E não só pelos hereditários, mas pelos provocados por fatores impostos pelas circunstâncias, uma vez que o autor afirma: “O propósito de Deus levou em conta o erro humano e até mesmo o pecado” (página 23).


Na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Estado da Bahia, uma empresa foi acionada por ter contaminado a água da região com mercúrio, causando mortes e o nascimento de crianças com sérios problemas e anomalias, condenando-as a sofrimento atroz para o resto de suas vidas. E o que dizer às crianças que nascem soropositivos? Se o pastor americano está certo, isso foi vontade de Deus. Ele é o culpado.

"Uma vez que Deus o fez por um motivo, ele também decidiu o momento de seu nascimento e seu tempo de vida (...) escolhendo o momento exato de seu nascimento e de sua morte".
(página 22)

Se isso é assim, não fazem sentido versículos como: “Mas tu, ó Deus, farás descer à cova da destruição aqueles assassinos e traidores, os quais não viverão a metade dos seus dias” (Sl 55.23); ou: “O temor do Senhor prolonga a vida, mas a vida do ímpio será abreviada” (Pv 10.27); ou ainda: “Não seja demasiadamente ímpio e não seja tolo; por que morrer antes do tempo?” (Ec 7.17); ou mais: “Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno nem no sábado” (Mt 24.20). Ou situações como a descrita em Atos 27, em que Paulo profetiza um desastre para a viagem, com prejuízo para a vida dos embarcados (versículo 10), não sendo, porém, ouvido; contudo, após 14 dias de oração, recebe de Deus a confirmação de que não somente seria salvo, como, por graça, recebera a vida de todos os que com ele navegavam (versículo 24).

"Ele planejou os dias de sua vida antecipadamente".
(página 22)

A quem este tipo de informação inclui? Porventura, inclui as crianças que estão sob toda sorte de abuso? Ou as mulheres que sofrem toda espécie de aviltamento? Ou os seres humanos que estão sob todo tipo de tortura? Ou os que estão entre os despossuídos, carecendo de um mínimo de dignidade? Então, Deus é o culpado?

"Deus também programou onde você nasceria e onde viveria para o propósito dele".

É isso que devemos dizer aos que vivem em submoradias, aos que não conseguem ir ao trabalho, qualquer que seja ele, por que moram em regiões onde, por causa da guerra, onde eram apenas vítimas, há minas explosivas espalhadas por toda parte? Também, há os que são obrigados a ver seus filhos expostos a esgoto aberto. Tudo isso, então, é para o propósito de Deus?

Há coisas que são fáceis de dizer quando o público é composto das classes média e rica. Estes, porém, constituem a minoria no mundo. Minoria dominante; porém, o menor grupo da humanidade. A maioria da humanidade padece de pobreza, enfermidade e ignorância. Se tudo isso é a vontade de Deus, o ator de Hollywood está certo. Se Rick Warren, nessa questão, está certo, Robert DeNiro está também.

Nosso irmão, ainda que bem intencionado e de ter em seu texto ótimos conselhos, parece não ter levado em conta a questão de que a queda humana alterou a lógica da Criação, com conseqüências cósmicas e microcósmicas, daí todas as mazelas em todas as dimensões. É verdade que a relação entre a soberania divina e a responsabilidade humana é uma grande incógnita para todos; porém, não é com simplismos, tais como “Deus não sabe o futuro” ou “Deus tudo determinou”, que vamos chegar à solução dessa equação. Precisamos da coragem para afirmar que Deus é soberano e o ser humano é responsável, ainda que não o compreendamos por completo.

Quanto ao cumprimento dos propósitos divinos, temos a afirmação de que, em relação a seus filhos, “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28). Quanto às demais questões, “Deus estabeleceu tempos e datas pela sua própria autoridade.” (At 1.7).
.
Ariovaldo Ramos

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Máximas Teológicas - 12


"O cristianismo sempre insistiu que a cruz que levamos precede a coroa que usamos. Para ser cristão é preciso tomar a sua cruz, com todas as suas dificuldades e seu conteúdo cheio de tensão e agonia, carregando-a até que essa mesmo cruz deixe sua marca em nós e nos redima para aquele caminho mais excelente que vem apenas por meio do sofrimento".


Martin Luther King Jr.

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Evangelho da Graça x O evangelho da simonia


Passava das 23h30 quando entrei naquele táxi forrado de adesivos com mensagens bíblicas. Após orientar a respeito do meu destino, perguntei: “Onde o irmão congrega?” Feitos os esclarecimentos iniciais, logo percebi que estava sendo evangelizado pelo motorista, entusiasmado com sua doutrina. Sua declaração de fé era muito simples e aliás, muito bem articulada em três frases curtas: “Deus abençoa quem se sacrifica; Deus honra quem persevera; e Deus abomina quem retrocede”.

Fiquei impressionado, e logo me aventurei a perguntar como aquilo funcionava no dia-a-dia. As respostas estavam sempre na ponta da língua: “Quando você quer receber uma graça de Deus tem de dar alguma coisa em troca”. Imaginei que isso explica a primeira parte, “Deus abençoa quem se sacrifica”. Fui esclarecido de que o tamanho da bênção depende do tamanho do sacrifício. Onde aparece “sacrifício”, leia-se “oferta financeira na corrente de fé”, que dura quarenta noites – o mesmo tempo que Jesus passou no deserto.
“Agora, se o senhor não receber a graça durante o tempo da corrente, não deve desanimar.” Esta é a aplicação da segunda parte, "Deus honra quem persevera", pensei. “Mas, olha, você não pode faltar nenhuma noite, nem desistir no meio da corrente, senão tem que começar tudo de novo.” Isso completa a declaração de fé: "Deus abomina quem retrocede".

Antes de descer do táxi, convicto de que o Espírito de Deus é o único capaz de guiar a toda verdade (Jo 16.13), resumi o Evangelho da graça de Deus em duas notícias, uma boa e outra ruim. Contei primeiro a pior das notícias: o pecado do homem faz separação entre Deus e os homens, e ninguém pode fazer nada para conquistar o favor de Deus. Em seguida, apresentei a boa notícia, a melhor delas: o sacrifício de Jesus da cruz é suficiente para que Deus nos abençoe com todas as bênçãos espirituais, pois se Deus não poupou nem mesmo seu Filho, como não nos dará também com ele todas as coisas? (Rm 8.31,32).

Fiquei olhando o táxi sumir na escuridão da noite, imaginando o que a Palavra Viva faria dentro do coração e da mente daquele homem durante a madrugada. Naquela noite me lembrei da história de Simão, um mágico muito respeitado que vivia na cidade de Samaria na época em que Filipe passou por lá pregando o Evangelho do Reino de Deus. Simão ficou impressionado, abraçou a fé e “foi batizado, e seguia Filipe por toda parte, observando maravilhado os grandes sinais e milagres que eram realizados” (At 8.9-13).

Simão podia facilmente ser confundido com um cristão: creu, foi batizado, foi discipulado e conviveu no ambiente das manifestações poderosas de Deus. Aliás, para quem olha de relance, Simão é cristão. Mas a história não termina aí. Lucas, o evangelista, conta que, quando Pedro e João chegaram a Samaria para verificar se o Evangelho pregado por Filipe era o mesmo que os apóstolos pregavam em Jerusalém,impuseram as mãos sobre os convertidos e todos receberam o Espírito Santo (At 8.14-17).

Simão, que já estava impressionado com Filipe, foi ao delírio com a demonstração de poder pelas mãos de Pedro e João. Imediatamente ofereceu dinheiro para que Pedro e João lhe dessem daquele poder extraordinário. Naquela hora, o apóstolo Pedro foi enfático: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus”. Simão não entendera o fundamental: as bênçãos divinas são concedidas em razão da graça de Deus, e jamais pela conquista humana, pois não há nada que o homem possa fazer para merecer o favor de Deus.

A Bíblia conta a história de outros homens que também creram em Jesus, mas nem por isso se tornaram cristãos. Quando Jesus estava “em Jerusalém, na festa da Páscoa, muitos viram os sinais miraculosos que ele estava realizando e creram em seu nome. Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos” (Jo 2.23,24). Em outras palavras, crer no poder e na autoridade do nome de Jesus não faz de ninguém cristão.

Receio que este mesmo fenômeno esteja acontecendo hoje na cristandade. As pessoas estão descobrindo que Jesus é maior do que os exus, tranca-ruas e outros bichos e saem por aí declarando, com toda razão, que Jesus Cristo é o Senhor. Mas acontece que querem se relacionar com Jesus como se relacionavam com os demônios ou santos de devoção, isto é, pela via das promessas, penitências, sacrifícios e ofertas. Acreditam que Deus abençoa quem se sacrifica, honra quem persevera e abomina quem retrocede. Julgam que podem comprar o dom de Deus e caminham para a perdição, a exemplo do pseudocristão chamado Simão.

Seja sobre nós o Espírito de toda a verdade, e faça triunfar no Brasil o Evangelho da graça de Deus.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Crentes de Beréia ou crentes-diarréia?


A tarefa da Teologia, ao contrário do que muitos pensam, sempre foi de sistematizar e facilitar as doutrinas cristãs para que a comunidade cristã viva uma vida em santidade de acordo com o ensino das Escrituras. Traçar paralelos entre a Teologia e situações de nosso dia a dia é uma boa maneira de aprender. No presente texto vamos fazer uma reflexão teológica sobre dois tipos de cristãos: os crentes de Beréia e os crentes-diarréia.

Existem basicamente dois tipos de diarréia: a simples e a perigosa. Para deixar o texto com ar mais científico podemos definir também como diarréia benigna e diarréia maligna. A diarréia simples ou benigna é a que presenciamos eventualmente em nosso cotidiano. Ela ocorre, em muitos casos, devido à ingestão de alimentos que não foram tratados com devida higiene ou com ingredientes estragados. A diarréia simples possui alguns nomes populares como, por exemplo, “piriri-gangorra” e é, freqüentemente, motivo de boas risadas entre um ciclo de amigos. Afinal, ver um amigo sair mais cedo do trabalho ou da escola para passar o dia inteiro “diante do trono” é muito cômico.

Já a diarréia perigosa ou maligna não é motivo de piada. Ela é evidenciada principalmente nos locais mais pobres do mundo, como a áfrica. Ela ocorre devido ao escasso acesso à água potável. A diarréia maligna é fatal por duas razões: a criança é privada de água pura, que é essencial para a manutenção do corpo humano e, além disso, ingere água contaminada, levando para dentro de seu estomago, vermes, bactérias, etc. A diarréia maligna dizima, anualmente, 1,8 milhões de crianças africanas.

O que seria um crente-diarréia? Bem, é um crente que sofre de uma diarréia espiritual. Da mesma forma que ocorre com a diarréia comum, a diarréia espiritual possui dois tipos: diarréia espiritual "benigna" e diarréia espiritual maligna. Podemos evidenciar os dois tipos de diarréia espirituais entre os crentes. A diarréia espiritual "benigna" é a que faz os cristãos serem motivos de chacota perante o mundo. Entre os sintomas dessa diarréia podemos apontar, por exemplo, os chavões do povo evangélico brasileiro. As pessoas gritam “Aleluias” sem saber que “Aleluia” não pode ter plural, aliás, na maioria dos casos, nem sabem o significado daquilo que estão gritando! Também podemos apontar os atos proféticos ridículos como fazer xixi profético para demarcar território do Espírito Santo; brincar de leãozinho a quatro patas durante eventos supostamente evangelísticos; colocar nos punhos cordinhas para amarrar demônio, entre outros. Essas atitudes de circo fazem o povo evangélico ser motivo de piadas. Porém, ao contrário de uma pessoa comum com diarréia (que ouve chacota sem gostar), os evangélicos parecem gostar de fazer papel de besta. Quanto mais criticados, mas alto cantam "não importam o que vão pensar de mim...". A diarréia espiritual "benigna" também é causada pela ingestão de alimentos espirituais de má procedência, mas não totalmente estragados, pois ninguém ingere o que sabe ser ruim. Aquelas coxinhas fritas espirituais dos botecos de esquina, apesar de ter aparência boa, são cheias de colesterol espiritual e, cedo ou tarde, vão te jogar no chão. Esses alimentos vêm disfarçados de Evangelho, mas contêm princípios seculares, anti-bíblicos e carregados de padrões mundanos. Para não passar nada em branco em nossa comparação, podemos apelidar esse estado como “espiriritual-gangorra”. Da mesma forma que ocorre com a diarréia espiritual "benigna", a diarréia espiritual maligna também surge devido à má alimentação, porém, essa diarréia é fatal. Quando o crente deixa de se alimentar da Água Viva, Jesus Cristo, o corpo não resiste e morre. A Água Espiritual é essencial para que a vida espiritual exista, sem ela morremos. Ouvimos com freqüência notícias de que grandes templos europeus têm fechado as portas, esse é um sintoma da diarréia espiritual maligna. A alma que não bebe da Fonte da Vida, morre. Como vimos nos dois casos, à diarréia é causada pela ingestão de maus alimentos. Como procedemos em caso de diarréia? Primeiro, devemos correr ao vaso sanitário espiritual e eliminar os resíduos dos alimentos contaminados, limpar com papel higiênico espiritual e dar descarga (será que foi daí que veio o culto do descarrego?). Depois de sarados, devemos tomar cuidado para não voltarmos a ser crentes-diarréia. Para isso, devemos agir como os crentes de Beréia. Quem são eles? Veja o que a Bíblia diz:

“Ora, os cristãos de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11).

Os cristãos de Beréia não eram como os de Tessalônica. Eles examinavam tudo. Não engoliam qualquer coxinha espiritual. Como os crentes de Beréia, devemos ser mais criteriosos quanto ao que vamos ingerir espiritualmente. A saúde de nossa alma depende disso. E, o mais importante, devemos nos saciar da Água Viva, para que nossa alma não entre em desidratação espiritual.
.
Eliel Vieira

A Ressurreição de Cristo


Fui convidado para tomar o café da manhã com Konrad Adenauer antes de ele se afastar do cargo de Chanceler da Alemanha. Quando cheguei, espe­rava encontrar um homem forte e normal, capaz de ficar embaraçado se eu lhe falasse de religião. Após os cumprimentos, o Chanceler virou-se para mim, repentinamente, e perguntou: "Sr. Graham, qual é a coisa mais importante do mundo"? Antes que eu respondesse, ele tinha pronta a sua resposta: "A res­surreição de Jesus Cristo. Se Jesus Cristo está vivo, então resta uma esperan­ça para o mundo. Se Jesus Cristo está no túmulo, não vislumbro esperança alguma no horizonte". E voltou a me surpreender ao dizer que tinha a ressur­reição de Cristo como um dos fatos mais seguros da história. Disse ele ainda: "Quando deixar o cargo, pretendo passar o resto de minha vida reunindo pro­vas científicas da ressurreição de Jesus Cristo".
Foi o fato da ressurreição de Cristo que levou os discípulos a trabalha­rem como revolucionários apaixonados e pioneiros na transformação do mundo do seu tempo. Eles pregavam que Cristo estava vivo. Esta deve ser a nossa mensagem, não só na Páscoa, ou no Natal, mas em todos os dias do ano.
.
Billy Graham

sábado, 6 de dezembro de 2008

Um ídolo chamado mercado


O mercado tem sido cada vez mais citado como força propulsora de sociedades inteiras e de todo tipo de relação, das interpessoais às internacionais. Utilizando-se de uma série de mecanismos para estabelecer parâmetros, fomentar condutas e definir regras, o mercado tem sido elevado a uma espécie de altar neste século 21. Por suas regras, a capacidade empreendedora transforma matéria prima em produto, a fim de se atender às demandas e aos interesses dos clientes. É assim que surge o lucro, objetivo primordial do mercado; na outra ponta, o mesmo produto proporciona certo grau de satisfação a quem o consome. Entidade distante da compreensão das pessoas comuns, e ao mesmo tempo tão próxima a ponto de interferir na vida do indivíduo, o mercado transcendeu a esfera puramente econômica para intrometer-se na política, no esporte, na ecologia e até na religiosidade.A indústria do futebol, por exemplo, conseguiu atender as demandas de entretenimento e paixão dos torcedores, transformando um tipo de “matéria-prima” em produto passível de comercialização. Empreendedores conseguiram transformar o futebol num dos mais rentáveis negócios de mercado. A capacidade de crianças e adolescentes de controlar e conduzir com os pés uma bola de futebol – habilidade tão comum entre os brasileiros – é o que alimenta essa indústria. Assim, a partir de garotos, são fabricados atletas nas indústrias especializadas do futebol, os clubes ou centros de treinamentos, que passam a vender atletas e serviços de entretenimento para seus clientes. Outro exemplo marcante é o da chamada indústria de turismo, que nos últimos tempos tem sido uma das principais fontes de renda de diversos países. Há uma demanda de clientes interessados em novas experiências pessoais e no lazer. Pode-se considerar como “matérias-primas” deste mercado as belezas naturais de um determinado destino, assim como a arte, a cultura, o folclore ou a culinária de um povo ou região. Enfim, empreendedores de diversos segmentos conseguem atender às demandas de seu público-alvo, transformando até mesmo o talento ou a habilidade humana em produtos a serem comercializados. E o mercado religioso? Este também tem crescido, e alimentado uma florescente indústria da fé. De um lado, temos a religião institucional utilizando-se dos elementos do mercado para justificar a funcionalidade pragmática de seus métodos; de outro, temos os devotos desse ídolo fundamentando esperanças no acúmulo de suas dádivas, os bens materiais. Desse modo, surge uma nova forma de ser e fazer religião, que de fato caracteriza-se muito mais como um negócio de mercado. Há uma demanda subjetiva, a tentativa humana de encontrar na transcendência uma resposta para as questões da vida, um jeito de se encontrar um caminho mais fácil e rápido para solução de problemas e realização de expectativas. O ser humano é, por natureza, religioso. Ele desfruta de um campo subjetivo, que o impulsiona ao exercício da fé e à busca de um espaço coletivo onde possa relacionar-se com a divindade. A matéria-prima capaz de atender a essa demanda é a oração, a reza e os cânticos, assim como a confissão, as experiências místicas e as manifestações espetaculares, como o milagre. Empreendedores conseguem atender os desejos de seus clientes oferecendo-lhes os produtos da indústria dos negócios da religião. Da mesma forma como as indústrias fabricam o produto final que será comercializado, instituições religiosas são as fabricantes de respostas para consumo da alma. No mercado, tanto umas como as outras têm a mesma natureza e usam a mesma lógica. Pela lei da oferta e da procura, que rege o mercado desde os primórdios da civilização, é a sociedade que determina a viabilidade dos empreendimentos. Nos dias de hoje, com o surgimento de novos mercados, cabe a ela, também, o papel de acompanhamento e fiscalização dos negócios que realizam. Os empreendedores da atividade religiosa e seus atravessadores usam como mediação o nome de Jesus, e muitos acreditam que estão seguindo de fato a Cristo. Não percebem que, na raiz dessa neocristandade, não se está buscando ao Senhor nem os compromissos decorrentes do seu Reino, mas apenas objetivando interesses exclusivamente materialistas. Os mercadores da espiritualidade fazem do nome Jesus um mero amuleto. Dentro de tamanha relação mercantilista, não há diferença se o mediador é o Filho de Deus ou um ídolo qualquer – até porque, neste caso, a grande divindade é o capital, a conta bancária, enfim, o vil metal. Todavia, transações de caráter comercial não cabem no Evangelho. Para os servos de Deus, é necessário averiguar na experiência de Jesus Cristo e da primeira geração de discípulos uma outra maquete, fundamentada na graça, no amor e serviço aos pobres e marginalizados; enfim, uma opção de serviço e sacrifício pelo bem comum. Nesse novo jeito de se fazer religião, muitos cristãos, inclusive os de boa vontade, não percebem que fazem parte de uma nova ordem espiritual regida pelo ídolo do mercado. Uma divindade cujas faces modernas nada mais são do que maneiras novas de se fazer coisas antigas. Só não percebe quem ficou cego pelo deus deste século.
.
Por Carlos Queiroz
www.cristianismohoje.com.br

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Máximas Teológicas - 11


"O cristianismo não é uma série de verdades no plural, mas é a Verdade escrita com V maiúsculo. É a Verdade sobre a realidade total, não apenas sobre assuntos religiosos".

"O cristianismo bíblico é a Verdade concernente à realidade total; é a propriedade intelectual dessa Verdade total, e então vive segundo essa Verdade".

Francis Schaeffer



LinkWithin

Related Posts with Thumbnails